Covilhã acolheu workshop sobre Risco Cardiovascular

Covilhã acolheu workshop sobre Risco Cardiovascular

No 5º Workshop “On Global Cardiovascular Risk” o diretor da Faculdade da Faculdade de Ciências da Saúde, Miguel Castelo Branco, abordou os desafios e estratégias no que toca à “Prevenção do Risco Cardiovascular”, tema que deu o mote à sua palestra moderada pelos Professores Doutores Luís Martins (Cardiologista no Hospital da Universidade Fernando Pessoa)  e Manuel Teixeira Veríssimo (presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos).

O evento científico decorreu na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Beira Interior (UBI), na Covilhã, e contou

“Para melhor Saúde, há que desenvolver prevenção, literacia em Saúde, manter a vida ativa (atividade física), manter uma alimentação saudável, arranjar formas de gerir o stress e deixar de fumar são aspetos fundamentais”, disse Miguel Castelo Branco, acrescentando que em relação aos profissionais de Saúde urge Ter “equipas de trabalho para, por um lado, aumentar a literacia da comunidade e, por outro, sermos capazes de fazermos as intervenções adequadas no tempo certo”. Lembrando a dificuldade em capacitar o utente para tomar a melhor atitude e as melhores estratégias em relação aos hábitos saudáveis, Miguel Castelo Branco citou, por exemplo, o caso da redução de sal como uma dificuldade na mudança de padrões alimentares. “Às vezes é mais fácil O doente tomar um comprimido do que deixar de comer algum prato”, aludiu. Rastreios e medicina preventiva são desafios também a considerar até porque, lembrou, “as dislipidemias e a diabetes são assintomáticas na fase inicial da doença”.

“Se quisermos ter uma população mais saudável temos de fazer duas coisas: fazer prevenção e andar à procura das alterações que indiquem alguma alteração fisiopatológica”, acrescentou o investigador e especialista em Medicina Interna. “Fazer uma avaliação do risco cardiometabólico do doente é importante e é cientificamente comprovado como efetivo e com resultado”, acentuou ainda Miguel Castelo-Branco.

Na sua intervenção, não deixou de aludir à necessidade de ter o processo clínico eletrónico “partilhado por todos e com a mesma linguagem”. Outra nota relevante, destacou, são os valores nas análises clínicas ao sangue, uma vez que é desvalorizado o colesterol LDL. “Temos de explicar, muitas vezes ao doente, que o mais importante é perceber os valores do colesterol LDL e não apenas o colesterol total”. Em resumo: há que ter o doente bem avaliado, há que ter identificados os fatores de risco modificáveis e delinear uma estratégia de intervenção com o doente.

Por seu turno, o Professor Manuel Teixeira Veríssimo colocou também o acento tónico na importância de fazer a estratificação dos doentes [em função da idade, presença de polifarmácia, se é fumador…] de forma a que se implemente o melhor planeamento de resposta para cada doente, tal como defendera Miguel Castelo-Branco. “O essencial é conseguirmos influenciar a sociedade para a escolha de estilos de vida mais saudáveis”, sublinhou o especialista em Medicina Interna. “Cada vez mais a longevidade é maior, portanto, deveremos continuar a fazer a prevenção de colesterol”, sublinhou. “Temos de investir em todos, na criança e no adulto, mesmo o mais idoso”, sublinhou o também responsável pelo lançamento do Mestrado em Geriatria na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, e que criou também a primeira cadeira de Geriatria  em Portugal.

O evento científico, que decorreu na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Beira Interior (UBI), na Covilhã, contou com o apoio da Sociedade Portuguesa de Hipertensão, daquela faculdade da UBI e das unidades de Saúde desta região da Cova da Beira.

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