
A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) celebrou, no dia 22 de junho, em Coimbra, o Dia do Médico que em Portugal se assinala a 18 de junho: “o dia em que se pretende chamar a atenção para a nobreza de uma profissão, que estando habituada a dar o seu melhor em cada situação, é essencial para a saúde e bem-estar da população. Se Portugal tem hoje uma das maiores esperanças de vida do mundo à nascença, seguramente que uma quota parte desse sucesso se deve à qualidade e dedicação dos médicos portugueses”, começou por dizer o presidente da SRCOM. Ao intervir na cerimónia que decorreu na Sala D. Afonso Henriques (Convento São Francisco), Manuel Teixeira Veríssimo colocou o acento tónico no contributo destas duas gerações na edificação do Serviço Nacional de Saúde.

“No ano da celebração dos 50 anos do 25 de abril, importa referir que o SNS, talvez a construção de maior sucesso da democracia, se deve, sem prejuízo de importantes contribuições de outros grupos profissionais, à classe médica, que, com elevado sentido de missão e espírito altruísta, soube construir um dos melhores sistemas de saúde do mundo”, sublinhou.
“Hoje, a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos homenageia os médicos com 25 e 50 anos de carreira. Representam duas gerações diferentes, mas que, no respetivo contexto, muito têm contribuído para a saúde dos portugueses. À geração com 50 anos de carreira devemos a construção e consolidação do SNS. Foi esta geração que levou médico até aos locais mais recônditos do País, onde, através do serviço médico à periferia, pela primeira vez alguns portugueses viram um médico e puderam ser tratados segundo a Legis Artis. Mas também aos colegas que agora fazem 25 anos de carreira profissional devemos estar agradecidos, pois são a geração que nas últimas duas décadas, como especialistas mais jovens, têm vindo a suportar um SNS com progressivas dificuldades de resposta às necessidades da população”.
Palavras do presidente da SRCOM que não deixou, porém, de lamentar que o sistema público de saúde esteja, nos últimos anos, a “perder fulgor, a ponto de atualmente não satisfazer nem os doentes, nem os médicos, nem as outras profissões da saúde, nem os governantes.” Ao elencar alguns problemas, Manuel Teixeira Veríssimo enfatizou a necessidade do SNS “se tornar atraente e competitivo”. Sublinhou: “Acredito que em igualdade de circunstâncias os médicos portugueses preferirão trabalhar no SNS”.

Por seu turno, o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, lembrou os desafios que nos traz as ferramentas com inteligência artificial, afirmando que muitas atividades e tarefas da medicina serão substituídas. Em sua opinião, o caminho para enfrentar os problemas atuais e futuros do SNS passa por voltar a praticar uma medicina de “proximidade, de afeto, do olhar e do ouvir”, onde o mais importante é o doente. Carlos Cortes lembrou ainda que “os médicos são um verdadeiro fator de coesão”.

Nesta cerimónia foram intervenientes também os representantes do NEM/AAC, da MedUBI e da ANEM. O evento, com apresentação da médica de família Teresa Pascoal, contou ainda com um momento musical a cargo do Quarteto de Cordas da Orquestra Clássica do Centro.




“O SNS foi construído com dedicação e competência dos médicos, por isso a justa homenagem hoje prestada a estas duas gerações, deverá ser extensiva a todos os médicos, pois foi com eles que o SNS, atingiu a elevada qualidade reconhecida a nível nacional e internacional”, enalteceu Manuel Teixeira Veríssimo, presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, nesta cerimónia de homenagem dos 50 e 25 anos de inscrição na Ordem dos Médicos.
Parabéns aos homenageados!