Na sessão de tomada de posse dos órgãos da Ordem dos Médicos para o próximo triénio que decorreu dia 8 de fevereiro na Antiga Igreja do Convento São Francisco, em Coimbra, o ministro da Saúde prometeu “revitalizar o SNS”.
Na sua intervenção o governante admitiu, porém, que “os problemas são complexos”, razão pela qual “exigem uma abordagem racional, partilhada e equilibrada”. Lembrando as declarações que fez aos jornalistas à entrada da sala para esta cerimónia, Manuel Pizarro admitiu que, para além da falta de recursos humanos, é importante realçar a intensa atividade realizada nas unidades de saúde. “É uma verdade objetiva: nunca se fez uma atividade tão intensa como agora”, realçou, acrescentando ainda que há também “mais profissionais no SNS do que havia há cinco anos e, ainda assim, os profissionais que existem estão muito sobrecarregados”. E justapôs com o atual contexto da Medicina e das Ciências Médicas em que, atualmente, existem mais respostas e mais capacidade de tratar as patologias (dando como exemplo as doenças oncológicas), traduzindo-se, pois, num maior nível de trabalho e de esforço realizados pelos profissionais da Saúde que a pandemia ainda veio agudizar.
“Uma das principais razões do sucesso do SNS é a liderança técnica e isso quer dizer pelos profissionais e, em larguíssima medida, liderança pelos profissionais médicos”, sustentou. Portanto, “temos de encontrar um modelo para, em conjunto, revalorizar as carreiras médicas”. Confiante “nas virtudes do diálogo para levar às mudanças”, Manuel Pizarro explicou o significado da sua presença nesta cerimónia da Ordem dos Médicos como parceiro institucional fundamental na melhoria do sistema de Saúde, evocando até o papel dos médicos no tempo da Ditadura em que gizaram o Relatório das Carreiras Médicas. E também no futuro o SNS “precisa do empenho, da inteligência, da dedicação e do espírito de iniciativa dos médicos”. Manuel Pizarro mostrou-se, pois, satisfeito pelo facto dos atuais dirigentes da Ordem dos Médicos considerarem, também eles, importante esse diálogo e essa convergência em prol da Saúde e dos Doentes. O titular da pasta da Saúde, invocando a presença de autarcas nesta cerimónia, e designadamente do presidente da Câmara Municipal de Coimbra e ex-bastonário da Ordem dos Médicos, considerou essencial “o envolvimento de toda a comunidade nos temas da Saúde”.