Foi sob o lema “Surfing the new waves of hernia surgery” que se realizou, nos dias 18 e 19 de novembro de 2022, a 2.ª Reunião da Sociedade Portuguesa de Hérnia e Parede Abdominal. Em representação do bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, a sessão de abertura contou com a intervenção do atual presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes que, coincidentemente, esteve também na 1ª Reunião desta sociedade aquando da sua realização na vila do Luso (Mealhada). Na sessão inaugural formal do evento, que decorreu este ano em Peniche, no Hotel MH Atlântico, Carlos Cortes destacou a importância da formação médica, não deixando de notar que seja “cada vez mais difícil ter uma formação de qualidade, sobretudo nas especialidades cirúrgicas que têm particularidades muito exigentes e também um curriculum muito exigente (ainda bem)”. Referiu, aliás, que esta tem sido “uma preocupação da Ordem dos Médicos, uma vez que “têm sido reportadas dificuldades nalguns hospitais” quanto ao internato de Cirurgia. “A Ordem dos Médicos tem tido preocupação com a avaliação da qualidade, através da atribuição das capacidades formativas”, sublinha. Ainda no mesma linha de raciocínio, assume que sempre defendeu a “maior utilização possível das capacidades nos serviços, precisamente neste esforço nacional de formação de médicos especialistas”, destacando o “trabalho meritório” levado a cabo nos últimos anos, neste sentido.

Na sua intervenção, Carlos Cortes colocou também o enfoque da responsabilidade formativa nas sociedades científicas, assumindo que este “é, aliás, um bom exemplo” referindo-se à Sociedade Portuguesa de Hérnia e Parede Abdominal que foi fundada em janeiro de 2020, “preocupada com a formação dos médicos internos e na formação contínua de todos os médicos, permitindo uma atualização permanente que é obrigatória, pois tal faz parte do nosso Juramento Hipócrates”. Acentuou ainda na sua intervenção, perante 185 participantes nesta reunião científica, que é “cada vez mais importante a proximidade e a conjugação de esforços entre  a Ordem dos Médicos e as sociedades científicas”, no estreito desiderato do desenvolvimento científico e formativo: “É tempo, até, de construirmos estruturas que possam juntar estas entidades que têm este papel que é muito importante”. Terminou vaticinando que a esta ‘jovem’ sociedade “continue a contribuir para tão importante formação dos nossos médicos em Portugal”.

Por seu turno, a cirurgiã Sónia Ribas, presidente da Sociedade Portuguesa de Hérnia e Parede Abdominal, destacou o já muito importante percurso desta sociedade, cuja criação seguiu as tendências ao nível europeu e mundial. “Veio preencher lacunas de formação existentes, deu uma nova atenção a esta área, valeu a pena o esforço de todos os sócios. Neste momento, posso dizer com orgulho que merecemos a confiança de 242 sócios e, durante o ano de 2022, continuamos a implementar o plano estruturado de formação”, disse Sónia Ribas, enumerando a intensa atividade da Sociedade Portuguesa de Hérnia e Parede Abdominal. E concluiu: “Esta reunião anual sob o lema  “Surfing the new waves of hernia surgery” tem como objetivo reunir referências nacionais e internacionais da cirurgia da hérnia e da parede abdominal, para discutir conceitos e conhecer a base de tratamento cirúrgico desta patologia e também as evoluções mais recentes nesta área. Mas para além disso e mais importante do que isso, tem como objetivo reunir amigos e pessoas com interesse nesta área num clima informal e construtivo para que possamos todos partilhar as nossas experiências e aprendermos uns com os outros para que possamos tratar os nossos doentes da melhor maneira possível”.