“Gentil Martins: Para além de um nome, temos uma obra que o torna imortal”

“Gentil Martins: Para além de um nome, temos uma obra que o torna imortal”

O Professor Doutor António Gentil Martins, antigo bastonário da Ordem dos Médicos, cirurgião plástico e cirurgião e oncologista pediátrico, foi homenageado, no primeiro dia do Congresso Internacional 𝐒𝐜𝐢𝐞𝐧𝐭𝐢𝐚𝐞 𝐓𝐡𝐞𝐬𝐚𝐮𝐫𝐮𝐬 𝐌𝐢𝐫𝐚𝐛𝐢𝐥𝐢𝐬. 𝐀 𝐔𝐧𝐢𝐯𝐞𝐫𝐬𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐞 𝐂𝐨𝐢𝐦𝐛𝐫𝐚 – 𝐇𝐢𝐬𝐭𝐨́𝐫𝐢𝐚 𝐞 𝐋𝐞𝐠𝐚𝐝𝐨 𝐞𝐦 𝐓𝐞𝐦𝐩𝐨 𝐝𝐞 𝐏𝐚𝐧𝐝𝐞𝐦𝐢𝐚, em Coimbra.

“Para além de um nome, temos uma obra que o torna imortal”, disse Fátima Carvalho (médica especialista em Cirurgia Pediátrica e diretora de Serviço Cirurgia Pediátrica do Centro Materno-infantil do Norte / Centro Hospitalar e Universitário do Porto), ao falar do notável percurso do médico cirurgião. Ao fazer um resenha do notável percurso do ex-bastonário da Ordem dos Médicos, Fátima Carvalho, destacou o pioneirismo e o empenho na defesa dos doentes. “Também escolhi a especialidade de cirurgia pediátrica e habituei-me a vê-lo sentado na primeira fila das reuniões científicas nacionais e internacionais, sempre com algo a dizer. Falar do Professor Gentil Martins é, sem dúvida, sentir o percurso de uma figura ímpar da sociedade portuguesa. É inegável que para a maioria dos portugueses Gentil Martins ficará na História por ter liderado a equipa que, pela primeira vez, em Portugal, separou gémeas siamesas com sucesso”. Com efeito, a 30 de outubro de 1978, no Hospital Dona Estefânia, Gentil Martins realizou um dos maiores êxitos da História da Medicina portuguesa: separar com sucesso duas crianças siamesas. “Ainda hoje, as irmãs expressam gratidão eterna a Gentil Martins por lhes ter permitido viver”, destacou.

À jovialidade dos seus 92 anos (nasceu na Lapa a 10 de junho de 1930), Gentil Martins assumiu a energia ao confessar que gosta “de muitas coisas, mas, acima de tudo, dos doentes. Se não gostarmos do que fazemos nunca fazemos nada de jeito”. Lembrando que a sua família saiu prejudicada, “sobretudo quando estava na Ordem dos Médicos”, justificou: “Pensei que, para o País, era mais importante que eu sacrificasse um bocadinho a família porque, para mim, a Ordem dos Médicos não era um simples sindicato, tinha de ter médicos bem tratados, com boas carreiras, boas condições de trabalho, e isso era chamado sindical. Para mim, não era. Os médicos têm de ser apoiados” para melhor defender os seis doentes. Na parte final da sua intervenção, recordou a complexidade de diversas intervenções cirúrgicas pediátricas que efetuou, e das surpresas que surgiram nalguns casos ainda durante os procedimentos cirúrgicos.

📸 Eis alguns momentos captados durante a sessão de homenagem ao Professor António Gentil Martins.

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Ordem dos Médicos