“O País precisa de melhorar a formação médica, num desafio de união”

“O País precisa de melhorar a formação médica, num desafio de união”

O Auditório do CIM da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) acolheu a Conferência Internacional sobre Educação Médica, um evento que conta com os docentes Rui Nunes, Ivone Duarte e Guilhermina Rego na Comissão Executiva, e que tem a chancela da FMUP, da Associação Portuguesa de Bioética e do CINTESIS.

A conferência de abertura, subordinada ao tema “Educação Médica numa Cultura Global”, foi proferida pelo presidente da Associação Brasileira de Educação Médica, Nildo Alves Batista, contando com a presença do Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, e do representante da Associação Nacional de Estudantes de Medicina, Vasco Lemos. Seguiram-se mais duas sessões, a primeira das quais sobre “Educação Médica, Desafios e Constrangimentos”, com moderação de Ivone Duarte (FMUP), e a segunda intitulada “Uma Nova Era para a Educação Médica – Desafios da Transição Digital”, moderada por Guilhermina Rego (FMUP).

Joseph Thornton, da Universidade da Florida, foi o orador da conferência de encerramento, intitulada “Strengths and Weaknesses of Medical Education”.

O Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, na sessão de abertura, lançou o mote: “O que queremos para a formação médica em 2040?”, isto porque, justificou, “à medida que a ciência está a evoluir necessitamos de fazer adaptações”. Lembrou os desafios nas várias dimensões da ética médica, da comunicação e ainda com a transição digital. Já o diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Carlos Robalo Cordeiro, reforçou a ideia da necessidade de incutir cada vez uma aprendizagem ativa para desenvolver as competências dos estudantes, enquanto que Carla Araújo, médica internista do Hospital Beatriz Ângelo, desenvolveu a sua intervenção na formação médica pós-graduada.

Na sua intervenção na sessão intitulada “Educação Médica, Desafios e Constrangimentos”, o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, lembrou desde logo as áreas emergentes na área da Educação Médica e a importância da formação contínua. Porém, anotou o fosso existente em Portugal entre a formação pré-graduada e pós-graduada (nos hospitais e centros de saúde). Após 6 anos enquanto coordenador Conselho Nacional da Pós-Graduação, que é o órgão técnico que faz a ponte entre todos os colégios da especialidade e “tem um papel central na formação médica em Portugal” e atualmente com responsabilidade nas comissões de verificação de idoneidade (constituídas por membros do colégios da especialidade da Ordem dos Médicos, membros dos órgãos diretivos da Ordem dos Médicos e médicos internos), Carlos Cortes destaca o trabalho de verificação nos serviços para a formação de especialistas. “Ao longo destas visitas, constato as dificuldades que muitos dos jovens médicos encontram quando ingressam na vida profissional”, afirmou, acrescentando que é necessário uma maior adaptação do ensino pré-graduado às circunstâncias e alterações do sistema global de Saúde, o Serviço Nacional de Saúde, o setor privado e social e as diversas ligações dos níveis de cuidados. Como medida muito positiva e adaptação das novas realidades e já implementada pelas escolas médicas portuguesas, Carlos Cortes sublinhou o ensino baseado nas competências, que “pode ser um dos instrumentos, entre outros, para atenuar as diferenças e a falta de fluidez que existe entre o pré-graduado e pós-graduado”. Por fim, o presidente da SRCOM enumerou algumas competências cruciais para os médicos de hoje e do futuro. A finalizar a sua intervenção, sublinhou: “O País precisa de melhorar a formação médica, num desafio de união”.

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Ordem dos Médicos