Três dias, três debates. Fechou a 18 de maio o Ciclo de Conferências da Semana do Médico de Família, no âmbito do qual se focaram temas como o dia-a-dia de um médico de família, em que áreas é especialista/pedra angular, as razões que levam médicos com a especialidade de Medicina Geral e Familiar (abreviando, MGF) a sentirem necessidade de abandonar SNS e procurar outros projetos (clínicos e não clínicos), condições da prática clínica em MGF; que desafios, ferramentas e aspirações gostariam de ver desenvolvidas no futuro e qual o legado dos últimos 40 anos. Para além destes pertinentes temas, também foram intensamente focados muitos outros, tais como: Privilegiar a relação médio-utente, tempo, autonomia, promoção da saúde, cuidar dos cuidadores, valorização dos recursos humanos. Foram ainda abordados alguns cenários bem presentes na memória-de-trabalho e na memória de um passado recente: a surpreendente ausência de estágios de outras Especialidades Médicas junto de MGF; a ausência de consultoria MGF na task force pandémica COVID-19; a dificuldade em ver decision-makers e policy -makers a procurar e consultar os seus Médicos de Família, desvalidando assim, o re-Conhecimento da sua atividade como médicos.
Esta iniciativa foi incluída num programa mais vasto, como acima se disse, com o intuito de homenagear quatro décadas de dedicação e empenho dos Médicos de Família em Portugal. A Medicina de hoje conta com o contributo de todos os colegas que, no passado, deram o melhor de si à Medicina e aos seus doentes e dos que, hoje, recebendo esse legado, contribuem para o progresso contínuo dos Cuidados de Saúde Primários.
