Coimbra acolhe o curso “V Start MGF”, entre os dias 6 e 9 de Abril de 2022, no Convento São Francisco em Coimbra, uma formação que junta centenas de médicos internos e especialistas em Medicina Geral e Familiar. O Presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, foi um dos oradores da sessão de abertura solene, a par com o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Nuno Jacinto, com o Diretor do Internato de MGF da Zona Centro, José Augusto Simões, e com o representante da Comissão de Internos de MGF da Zona Centro, João Pestana.
Coube a Ana Aveiro, presidente da Comissão Organizadora da quinta edição do “Start MGF” a primeira intervenção a qual a médica interna do 3º ano da USF Condeixa fazer uma breve resenha histórica do evento. E recuou até “fevereiro de 2018, na sede da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, em Coimbra, na primeira edição realizada com a ambição de dar formação de excelente qualidade, abordando temas considerados essenciais à prática Clínica de Medicina Geral e Familiar (MGF) e também com a ambição de proporcionar um curso com o mais baixo custo possível”. Desiderato cumprido e de enorme sucesso, lembrou a jovem médica: “Tendo sido a primeira edição exclusivamente dedicada a internos do 1º ano da especialidade de MGF da zona Centro e dado sucesso da iniciativa, rapidamente este evento se tornou um evento nacional e até já acolhe especialistas de MGF. A transmissão online no ano anterior teve um alcance tal que centenas de participantes do continente, das ilhas e até do estrangeiro, estiveram presentes. Este ano o convite estende-se a todos”.
Nesta intervenção inicial no “V Start MGF”, Ana Aveiro acentuou o facto do curso procurar a “qualidade formativa com temas escolhidos a rigor”, agradecendo também ao presidente da APMGF o “reconhecimento e a importância do Start MGF e pelo apoio que deu ao curso”. A presidente da Comissão Organizadora fez idêntico agradecimento ao Professor José Augusto Simões que, desta forma, “demonstra o apoio e o reconhecimento que a comissão de internato dá aos internos de formação de Medicina Geral e Familiar”.
A médica agradeceu também o apoio da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, da Sociedade Portuguesa de Hipertensão e da Sociedade Portuguesa de Contracepção e Associação para o Planeamento da Família o apoio que concederam a este curso.
Ao todo, 15 médicos internos integraram a Comissão Organizadora que “com grande dedicação e entrega, com espírito de equipa, tornaram este curso possível”.
Ana Aveiro agradeceu ainda ao presidente da SRCOM o seu empenho uma vez que “sem o seu apoio este curso não teria nascido. E, ainda, foi graças ao seu apoio que este curso cresceu e ganhou asas. Agradecemos também o apoio científico concedido a este curso”. Por fim, dirigiu-se aos recém-chegados à especialidade: “apoiem-se e deixem-se apoiar por aqueles que vos rodeiam porque só assim chegarão mais longe”.
Na impossibilidade de estar presencialmente na sessão de abertura, Nuno Jacinto enviou uma mensagem vídeo aos participantes deste curso. “É importante que, apesar de tudo o que estamos a passar, mantenhamos bem presente a possibilidade dos médicos de família terem uma formação de qualidade, formação contínua que lhes permita ter uma diferenciação e rigor científico. Este evento é mais uma prova de que esse objetivo não está esquecido”, sustentou o presidente da APMGF.
“Relação médico-doente: o pilar do que é Ser Médico”
Por seu turno, Carlos Cortes dirigindo-se aos médicos internos, especialistas e orientadores de formação de MGF, lembrou a forte ligação da Ordem dos Médicos da Região Centro com o Start MGF. “Acolhemos há cinco anos na sala acolhedora, Sala Miguel Torga da SRCOM, o primeiro ano e percebemos logo que a sala era pequena para tantos participantes”. Pegando na ideia fundadora deste evento, o constante aperfeiçoamento da formação desta especialidade, Carlos Cortes interpretou-a como algo paradigmático da MGF, pois é do ponto de vista formativo “uma especialidade muito diferente”. Assumiu até que o Colégio de Especialidade de Medicina Geral e Familiar da Ordem dos Médicos tem uma especial apetência e preocupação pela qualidade da formação”. Carlos Cortes aventou ainda que para defender a qualidade da formação devem ser, em primeiro lugar, os médicos internos a ter essa preocupação com o rigor e exigência. Porém, o presidente da SRCOM sublinhou ainda a especial importância dos médicos orientadores de formação. “Quero aqui deixar o reconhecimento a todos aqueles e toda a estrutura que participa na formação do internato. Fazem um trabalho formidável ao longo dos anos”, disse, recordando “os nossos e os vossos mestres”. Sublinhou: “É assim que é feita a Medicina, os nossos conhecimentos são transmitidos de geração em geração. Tenho orgulho de ser dirigente da Ordem dos Médicos e de representar os médicos que se dedicaram e sacrificaram e continuam a dedicar-se, para poder salvar a vida dos outros e de contribuir para o seu bem-estar”. Por fim, mas não menos importante, Carlos Cortes lembrou a importância da relação médico-doente, “que é o fundamento da nossa profissão”, deixando a seguinte mensagem a todos: “Podemos adquirir todos os conhecimentos técnicos e científicos, podemos ser clínicos de exceção mas se não soubermos valorizar a relação médico-doente não seremos verdadeiros médicos. É o mais importante da nossa vida: os nossos doentes”. Carlos Cortes apelou, pois, à construção de uma relação “empática e de respeito” com os doentes. “A relação médico-doente é o pilar da profissão”.
Entretanto, na mesma sessão inaugural, o Diretor do Internato de MGF da Zona Centro, José Augusto Simões, lembrou – entre outras questões cruciais do percurso formativo – a importância das questões relacionais entre internos da mesma unidade, do mesmo ano de especialidade e/ou de outros anos de especialidade, assim como com os orientadores de formação. A seu ver, “a aprendizagem relacional, o trabalho em conjunto” é fundamental. O Professor José Augusto Simões enalteceu o programa deste “V Start MGF” uma “mais valia para serem especialistas de excelência”, apelando sempre “ao espírito crítico” de cada um para melhor escolherem o percurso formativo nas diferentes estruturas médicas.
Por fim, o representante da Comissão de Internos de MGF da Zona Centro, João Pestana, sublinhou o facto de que a “formação médica e a harmonização científica são exigência do Internato e da Especialidade” que permite “acompanhar e estar a par das novidades e boas práticas para que possamos prestar os melhores cuidados aos nossos doentes”. E dando nota de que “apesar de ser uma tarefa exigente”, só dessa forma é que “poderemos manter cuidados de excelência. Esta iniciativa e de todas as que antecederam é muito nobre, gostaria de agradecer e congratelar, na pessoa da presidente da comissão organizadora, pelo trabalho que desenvolveram e que culmina nestes três dias e meio de curso”.
Em suma, todos destacaram a importância de trabalhar no aperfeiçoamento contínuo desta formação, de forma a que possa corresponder às expectativas desta e das próximas gerações de médicos de família.
Este V “Start MGF”, formação de 30 horas com certificado e avaliação, inclui 6 workshops.