A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) continua a visitar várias unidades de saúde da região, no sentido de conhecer as especificidades da retoma da atividade assistencial após a fase mais crítica de saúde pública de âmbito global.
Carlos Cortes, presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), visitou a 24 de junho uma das unidades do Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) do Pinhal Litoral, o Centro de Saúde Arnaldo Sampaio, em Leiria, a partir das 9h00, culminando esta visita de manhã no Centro de Vacinação de Leiria– COVID-19 no Estádio Municipal de Leiria – Dr. Magalhães Pessoa. À tarde, a visita incluiu o Hospital de Santo André, do Centro Hospitalar de Leiria. Da comitiva fizeram ainda parte Rui Passadouro, presidente do Conselho Sub-regional de Leiria da Ordem dos Médicos, e Carla Araújo, membro do Grupo de Acompanhamento da COVID-19 criado pela SRCOM.
Após a reunião com a direção do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral, que integra os concelhos da Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós, o dirigente constatou que se realizaram “mais 20 mil consultas” este ano, entre janeiro e maio, num total de 77 mil.
“Houve um esforço muito grande na retoma, tendo em conta que os doentes não vieram aos cuidados primários de saúde e não viram as suas patologias referenciadas”, adiantou, em declarações à Agência Lusa.
Na visita ao centro de vacinação de Leiria, no estádio municipal, Carlos Cortes elogiou o seu funcionamento, afirmando que se está a inocular a uma “média de mil pessoas por dia”, tendo já a vacinação completa 27 mil pessoas”, ou seja, 22% da população de Leiria.
No entanto, Carlos Cortes voltou a reforçar a necessidade do Ministério da Saúde autorizar os médicos reformados e outros que também já se disponibilizaram para apoiar a vacinação, permitindo, assim, “libertar os médicos de família para onde são precisos, ou seja, dar consultas presencialmente aos seus doentes”.
“Desafio o Ministério da Saúde a repensar e a vacinação e a contratar médicos fora dos centros de saúde e hospitais”, sublinhou.
O dirigente reuniu hoje também com o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Leiria (CHL) a quem pediu que “colabore” e se “criem sinergias” com os cuidados de saúde primários. “Percebi que há essa proximidade, mas a Ordem dos Médicos pode ter um papel de informação junto da população, para que utilize adequadamente os cuidados de saúde”, disse, exemplificando com uma das situações relatadas da ida às urgências antes de passar pelos cuidados de saúde primários.
Ainda em declarações à Lusa, Carlos Cortes mostrou-se ainda satisfeito com a focalização na retoma das consultas não covid. Até 20 de junho, registou-se um aumento de 14 mil consultas. “Passaram de 134 mil para 148 mil face ao mesmo período do ano passado”, revelou. Numa tentativa de reduzir a lista de espera das cirurgias, o CHL efetuou mais 1.400 atos cirúrgicos, passando de 6.900 para 8.500.
“Há vontade e empenho dos profissionais de saúde em recuperarem os doentes que não foram diagnosticados nem tratados durante a covid-19. Há situações complicadas nos doentes diabéticos, do foro da cardiologia e de outras patologias, devido ao receio de ir ao hospital ou ao centro de saúde. Não tenham medo de ir às consultas nos centros de saúde ou hospitais. As pessoas têm de procurar o seu médico”, aconselhou.
“Estamos numa fase crucial da resposta aos doentes, após várias fases complexas desde o início da pandemia. A Ordem dos Médicos reconhece o esforço, a dedicação, o empenho de todos nesta pandemia e, com estas visitas, procuraremos entender quais as circunstâncias e quais as necessidades de cada unidade”, explicou Carlos Cortes, na nota enviada à imprensa.
No final deste dia, recorde-se, decorreu no Centro de Diálogo Intercultural de Leiria (na antiga Igreja da Misericórdia) a cerimónia de entrega de medalhas dos 50 e 25 anos de inscrição na Sub-região de Leiria da Ordem dos Médicos bem como a receção aos médicos recém- inscritos.