A telemedicina é fator de coesão territorial

A telemedicina é fator de coesão territorial

A Ordem dos Médicos do Centro e a Associação Portuguesa de Telemedicina dão mais um passo na partilha de conhecimentos especializados bem como das técnicas e dos instrumentos telemáticos, após assinatura de protocolo. Amanhã, organizam e promovem a sessão de lançamento do livro “Telemedicina, Telessaúde e Transformação Digital na Saúde – Conceitos e Práticas | Regulação e Ética”.

“A telemedicina é um meio tecnológico que nos pode permitir, se usado corretamente, estarmos ligados com muito maior proximidade aos nossos doentes. É um fator de desenvolvimento da Medicina, da Saúde em Portugal, e é um fator de aproximação entre profissionais de saúde e os doentes”, considerou ontem o presidente do Conselho Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, após a assinatura do protocolo de cooperação entre a instituição a que preside e a Associação Portuguesa de Telemedicina, liderada pelo médico cardiologista Eduardo Castela.

“A telemedicina é um fator de coesão territorial muito importante porque aproxima os doentes, e os utentes, dos seus médicos e dos cuidados de saúde em geral”, sublinhou. Aliás, Carlos Cortes recordou a “preocupação constante” da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos “com o interior do País, onde muitos doentes não têm o mesmo acesso aos cuidados de saúde”. Lamentando estes factos que provocam “assimetria e a desigualdade” e “não obstante a defesa desses doentes, que têm os mesmos direitos dos outros, por parte da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), a verdade é que a telemedicina é um dos instrumentos que possibilita que os doentes que estejam na Guarda, em Castelo Branco ou em Viseu tenham acesso a determinado tipo de cuidados”.

Reportando-se ao protocolo de cooperação no âmbito da Saúde Digital, transformação Digital na Saúde, Telessaúde e Telemedicina, para atividades a desenvolver na região Centro, Carlos Cortes assumiu o facto deste instrumento tecnológico não ser uma atividade efémera e que, face à pandemia, ainda viu ser potenciadas as suas potencialidades. “É uma tecnologia de futuro”, sustentou, “e não nos deixamos de preocupar com os aspetos de ordem ética e deontológica”. Reiterou: “A relação entre o médico e o doente assenta muito na presença física. No olhar, no toque. Mas a telemedicina é complementar, não substitui esta relação; logo, os médicos e os outros profissionais de saúde têm de saber definir em que âmbito se usa a telemedicina”.

Ao destacar o papel crucial desta ferramenta, Carlos Cortes enalteceu a importância levada a cabo pela Associação Portuguesa de Telemedicina que “teve razão antes do tempo, ao traçar caminhos inovadores”. É que pandemia COVID-19 trouxe para a ribalta o uso de tecnologias de informação e comunicação no setor da saúde mas estas ferramentas são usadas há décadas pela telemedicina, agora dinamizadas e potenciadas face à pressão que o contexto da pandemia provocou nos sistemas de saúde.

Nesta ocasião, o presidente do Conselho Regional do Centro da Ordem dos Médicos recordou, ainda, o Professor Agostinho Almeida Santos, um dos fundadores da APT e um dos homenageados a título póstumo no 23º Congresso Nacional da Ordem dos Médicos (cerimónia que decorreu, em Coimbra, no dia 3 de junho), pelo “papel visionário que teve na questão da telemedicina e do contacto à distância com os doentes”. Nele estendeu o reconhecimento a todos os elementos da APT que “têm o sentido do humanismo, da ligação e da proximidade às pessoas”.

Por seu turno, Eduardo Castela destacou a importância desta sinergia com a Ordem dos Médicos como “uma mais-valia para a região Centro”. Afirmou: “Percebeu-se que a telemedicina, que começou no hospital Pediátrico de Coimbra desde 1995, veio para ficar”. Lembrando que a Região Centro tem sofrido “alguns problemas de desertificação”, Eduardo Castela considerou fundamental este “esforço conjunto para impulsionar a Saúde na região” de forma a que se  marque presença significativa “no mapa de desenvolvimento do País”.

Este protocolo foi assinado no âmbito da Saúde Digital, transformação Digital na Saúde, Telessaúde e Telemedicina, para atividades a desenvolver na região Centro. Pretende-se com este instrumento organizar atividades conjuntas e, entre outras iniciativas, levar a cabo a organização de eventos de formato híbrido (presencial e streaming) ou somente streaming. Já esta quarta-feira decorrerá a sessão de lançamento do livro “Telemedicina, Telessaúde e Transformação Digital na Saúde – Conceitos e Práticas | Regulação e Ética”, um evento em formato híbrido, com transmissão no zoom e na página oficial de Facebook da SRCOM. Serão oradores, Carlos Cortes, Presidente da SRCOM; Eduardo Castela, Presidente da Associação Portuguesa de Telemedicina (APT); Fernando Mota, Vice-presidente da APT; e João Rodrigues, Vice-presidente da Administração Regional de Saúde do Centro.

Partilhe nas redes:

Ordem dos Médicos