“É preciso inovar o próprio Serviço Nacional de Saúde” defende o Bastonário da Ordem dos Médicos

“É preciso inovar o próprio Serviço Nacional de Saúde” defende o Bastonário da Ordem dos Médicos

Estão a decorrer hoje os trabalhos do primeiro dia do 22º Congreso Nacional da Ordem dos Médicos. Na conferência inaugural, o bastonário da Ordem dos Médicos, José Miguel Gumarães, defendeu a necessidade de olhar para o futuro, pois, defendeu "é preciso inovar o próprio Serviço Nacional de Saúde".  

"O Médico líder na Saúde e na Sociedade" é o tema central deste congresso que está a ser levado a cabo no Centro de Centro de Cultura e Congressos da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, no Porto.

Na sua intervenção, Miguel Guimarães começou por destacar o papel dos médicos, entre muitos e tantos outras personalidades que, juntos, lavraram a ouro o seu nome a sua dedicação em cada área, à construção do Serviço Nacional de Saúde. Fazemos aqui uma síntese dos casos citados pelo bastonário:

Ricardo Jorge e a Saúde pública;
Miguel Mombarda e a tuberculose;
Júlio de Matos e a Psiquiatria;
Egas Moniz, o prémio nobel;
Abel Salazar a bem da Humanidade e o médico que só sabe de medicina nem medicina sabe;
Corino de Andrade e a paramiloidose familiar;
Baltazar Rebelo de Sousa, o Estado Social e os centros de saúde;
Gonçalves Ferreira, a integração dos serviços médicos-sociais da Previdência, a integração dos hospitais e a criação dos centros de saúde;
Miller Guerra e o Relatório sobre as Carreiras Médicas;
Arnaldo Sampaio, a Direcção Geral da Saúde e as vacinas;
António Arnaut (não médico mas recebeu a medalha de mérito da OM), Mário Mendes, Gonçalves Ferreira e a lei do SNS;
(…)
Linhares Furtado e a colheita e transplante de órgãos;
Albino Aroso e a saúde materno-infantil;
Vítor Ramos, a reforma dos CS e as USF;
(…)
Luís Archer, Daniel Serrão, Walter Oswald, a ética e a bioética;
Miguel Torga, Júlio Dinis, Fernando Namora e a literatura;
João Lobo Antunes, entre a Ciência, a Cultura e o Humanismo;
Manuel Sobrinho Simões, a investigação e o conhecimento;
Daniel Seixas e as novas tecnologias digitais;

Em seguida, depois de um breve mas detalhado retrato da Saúde em Portugal, o bastonário da Ordem dos Médicos deu conta de que o grande desafio é a reconstrução / renovação do SNS. E, para que tal desígnio crucial possa almejar resultados positivos, urge "recuperar as pessoas, os profissionais", "atrair os profissionais para regiões carenciadas", fazer "investimentos no SNS". No decorrer da sessão de abertura, Miguel Guimarães deixou o apelo: "está na altura de Portugal acompanhar os parceiros europeus": "A despesa em saúde não é só um custo, é também um investimento, que gera riqueza, produtividade e bem-estar na sociedade". Vaticinou: "Não queremos um SNS para os pobres, queremos um SNS para todos".

António Araújo, presidente da Secção Regional do Norte, que coordenou a organização desta edição do congresso nacional, frisou igualmente a importância do Médico como líder na medicina e na sociedade. Nesta sessão de abertura participaram ainda o presidente da Secção Regional do Centro e do Sul, Carlos Cortes e Alexandre Valentim Lourenço, respetivamente. 

Recorde-se que, no final do congresso, a partir das 15.55 horas, foram conferidas as distinções aos médicos que "pela sua atividade e mérito pessoal tenham contribuído relevantemente para a dignificação da profissão médica, da Medicina em geral e da Humanidade". 

De entre os 18 distinguidos, a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos vai homenagear os professores de Medicina e distintos médicos Alfredo Mota, Hernâni Caniço e João Castel-Branco da Silveira. Da região Centro foi ainda agraciado o médico anestesiologista José Martins Nunes, por proposta do Conselho Nacional da Ordem dos Médicos.

 

 

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