Assembleia da República | “É dever deontológico da Ordem dos Médicos alertar para os problemas”, afirma Carlos Cortes

Assembleia da República | “É dever deontológico da Ordem dos Médicos alertar para os problemas”, afirma Carlos Cortes

O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, esteve hoje de manhã na Comissão Parlamentar de Saúde, a requerimento do Partido Socialista, sobre a situação do Centro Hospitalar de Leiria, com enfoque especial na urgência, após o pedido de demissão de chefes de equipa de urgência bem como do pedido de demissão do presidente do conselho de administração. Rui Gameiro, da Sub-Região de Leiria, também fez parte da comitiva da Ordem dos Médicos.

Aos deputados, Carlos Cortes esclareceu, antes de mais, que a tomada de posição pública da Ordem dos Médicos não é extemporânea uma vez que há muito tempo tem vindo a fazer alertas. Esclareceu: A Ordem dos Médicos já enviou mais de 45 ofícios a várias entidades sobre as "dramáticas" dificuldades do hospital de Leiria, porém, até este dia, sem qualquer resposta do Ministério da Saúde. Documentos, esses, que são também do conhecimento da Administração Regional de Saúde do Centro e do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Leiria, uma vez que os ofícios são sempre remetidos para estas entidades.

O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos afirmou ainda no Parlamento que foram endereçadas à OM mais de 200 declarações de responsabilidade de médicos do Centro Hospitalar de Leiria, nas quais eles descrevem, com detalhe, as dificuldades e constrangimentos que sentem na sua prática clínica.

"O papel da OM não é político-partidário. Já conheci quatro ministros da Saúde", recorda, Carlos Cortes, explicando, pois, que é seu dever deontológico agir perante os alertas que lhe vão chegando, através dos médicos que trabalham no hospital de Leiria, sobretudo os que estão no serviço de urgência.
Na mesma audição, Rui Gameiro, da Sub-Região de Leiria da Ordem dos Médicos e médico daquela unidade hospitalar, explicitou a cronologia das condições clínicas daquele hospital, destacando o aumento do número de cirurgias, por exemplo. Lembrou ainda o efeito pernicioso da contratação de médicos, através de empresas, para o serviço de urgência. A seu ver, esta subcontratação não acarreta qualquer acréscimo de qualidade no atendimento aos utentes.

A Comissão de Saúde da Assembleia da República escutou também o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) sobre o hospital de Leiria.
Todos destacaram o empenho e o trabalho abnegado dos médicos do Hospital de Leiria e de todos os profissionais que ali enfrentam tantas dificuldades.

 

Foto ©SRCOM – Paula Carmo 

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