Discutir a Patologia Clínica com o futuro no horizonte

Discutir a Patologia Clínica com o futuro no horizonte

Durante três dias, o IX Congresso Nacional de Patologia Clínica juntou na Fundação Oriente, em Lisboa, médicos especialistas em Patologia Clínica e personalidades, nacionais e estrangeiras, de diferentes áreas do conhecimento com as quais esta especialidade médica interage. Para a presidente da Sociedade Portuguesa de Patologia Clínica, Maria José Rego de Sousa, esta é uma oportunidade de "um fórum de discussão aberta, pluridisciplinar", um dos desígnios também para a refundação da SPPC, sempre "olhando para o futuro que espreita". Isso mesmo enfatizou na sessão de abertura oficial deste congresso, cerimónia que decorreu ao final da tarde do dia 22 de fevereiro.
"Se é muito importante discutir qual o papel do patologista clínico numa Era em que os algoritmos e a inteligência artificial vão ser cada vez mais prevalentes, não é menos importante perceber que podemos fazer o que podemos fazer para melhorar o nosso presente. A resposta está na educação, no conhecimento, na formação contínua: com estes três pilares fundamentais com que estamos comprometidos. Prova disso, são os nossos prémios e a nossa bolsa de formação contínua", disse Maria José Rego de Sousa, atual presidente da SPPC, na sessão inaugural.

Por seu turno, o presidente do Colégio de Patologia Clínica, Tiago Guimarães, destacou a importância deste evento e felicitou a direção da SPPC pelo sucesso e elevado interesse e qualidade desta reunião, "antecipando-me às conclusões do congresso, é formidável reunir aqui tanta gente, só posso ficar contente com membro da direção do colégio", sublinhou. "O nosso futuro, como especialidade, vai depender essencialmente daquilo que nós quisermos e do que somos capazes de fazer, e não de terceiros.", aludiu, vaticinando um futuro promissor a esta especialidade.
Coube ao presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos representar Miguel Guimarães, o Bastonário da Ordem dos Médicos. Carlos Cortes, que é também Diretor Patologia Clínica do Centro Hospitalar Médio Tejo, expressou, desde logo, a honra de reencontrar o Professor Germano de Sousa, antigo bastonário da Ordem dos Médicos, "insigne patologista clínico" que "honra todos os patologistas clínicos", "bastonário muito prestigiado". Carlos Cortes destacou ainda "outra extraordinária faceta do ex-bastonário: o escritor, o homem de História que honra, não só a Patologia Clínica como também a Medicina".
Nesta senda de justos e merecidos elogios, o presidente da SRCOM, enalteceu o trabalho de Maria José Rego de Sousa e Helena Brízido, respetivamente, Presidente e Vice-Presidente da SPPC, pela qualidade deste evento e "pela coragem e clarividência que tiveram em, tal como a cobra símbolo da Medicina, fazer renascer esta sociedade que é absolutamente fundamental para os patologistas clínicos e para a Medicina Portuguesa". Em nome da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes deixou uma nota de agradecimento pela organização deste evento. Trata-se de, na sua opinião, de um momento oportuno "porque estamos a atravessar uma fase muito importante da nossa especialidade", tal como já havia notado o presidente do Colégio de Especialidade de Patologia Clínica. "O nosso futuro depende da nossa intervenção, da realização e da concretização de eventos e, porventura, este evento foi um dos passos mais importantes que a nossa especialidade deu nos últimos anos". "É essencial falarmos das questões científicas, técnicas e clínicas mas também falarmos sobre o desígnio da Patologia Clínica", declarou, lembrando ainda uma das reflexões que efetuou no Curso Start Patologia Clínica (que decorrera, recentemente, em Coimbra, na Ordem dos Médicos) que 70 por centro das decisões clínicas são elaboradas com base nas análises. "Isto coloca uma enorme responsabilidade do nosso papel no seio da Medicina Portuguesa", assinalou.
Já no final da sua intervenção, Carlos Cortes lembrou que "não podemos defraudar os jovens médicos. A formação da nossa especialidade tem de ser reconhecida e temos de apostar ainda mais na formação" dizendo ainda que todos devem sempre ter presente a ligação insubstituível entre o doente e o médico. Por fim, os apelos: "empenhem-se na defesa desta especialidade, aproveitando a enorme oportunidade de crescimento " desta área e "aplausos para a comissão organizadora e para a sociedade médica".
A seguir às intervenções oficiais, teve lugar a Conferência Magistral intitulada "Apontamentos para a História da Patologia Clínica", proferida pelo ex-Bastonário da Ordem dos Médicos, Germano de Sousa, que é também Alto Comissário para o Museu Nacional da Saúde.

O dia terminara com a entrega dos prémios e a bolsa de formação. Recorde-se que, findos os três dias de trabalhos, a sessão de encerramento do congresso, intitulada "O futuro da Patologia Clínica na Europa", foi proferida pelo professor de Patologia Clínica no Departamento de Medicina Experimental da Faculdade de Medicina na Universidade de Roma, Roberto Verna. O cientista italiano, autor de 12 livros científicos, é também Presidente da Associação Mundial das Sociedades de Patologia e Medicina Laboratorial.

Neste álbum de fotografias do evento, pode ver-se Augusto Machado, membro da direção do Colégio de Patologia Clínica, a apresentar o cientista ao presidente da SRCOM. Carlos Cortes, também membro da Comissão Científica deste congresso organizado pela Sociedade Portuguesa de Patologia Clínica, esteve também em representação do Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães.

@Fotos SRCOM – Paula Carmo

 

 

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