Coimbra | Carlos Cortes presidiu à sessão de encerramento da conferência “Em Defesa do Serviço Nacional de Saúde”

Coimbra | Carlos Cortes presidiu à sessão de encerramento da conferência “Em Defesa do Serviço Nacional de Saúde”

 

No auditório do Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra, dia 30 de junho, o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, enalteceu o debate organizado pela União Geral de Trabalhadores (UGT), em conjunto com a Associação Portuguesa de Bioética, a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, a UNESCO Chair in Bioethics e o SINDITE – Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica.
"Este é o momento para fazer esta discussão, é o momento propício para darmos o nosso contributo para a discussão da Lei de Bases da Saúde", sublinhou. Carlos Cortes fez um resumo alargado desta iniciativa que proporcionou um debate profícuo sobre a futura Lei de Bases da Saúde bem como as perspectivas para o sistema de Saúde e como reinventar o SNS (estes, aliás, os temas das três conferências).

Carlos Cortes não deixou de recordar o papel decisivo de António Arnaut ('Pai' do SNS), dando conta que o jurista e escritor foi precisamente o mentor da plantação da 'oliveira do SNS', no Parque Verde de Coimbra, que agora congrega o ritual da rega – a 15 de setembro – diia que assinala a criação do SNS.

O Presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos voltou a colocar o acento tónico na necessidade de enaltecer o contributo dos profissionais de saúde como um dos pilares do Serviço Nacional de Saúde, sem esquecer, também, o papel importante dos gestores e administradores das instituições de saúde. Usando alguns tópicos discutidos ao longo do dia (onde também participou o seu homólogo da Secção Regional do Sul da Ordem dos Médicos, Alexandre Valentim Lourenço), Carlos Cortes destacou, porém, uma questão que é transversal aos diversos problemas focados nesta conferência: a desmotivação dos profissionais de saúde.

A desmotivação tem várias causas e o presidente da SRCOM elencou algumas: a degradação do SNS, a perda de autonomia dos administradores hospitalares, a promiscuidade entre o sistema público e privado na Saúde; a deficiente qualificação dos líderes das instituições de saúde, a escassa transparência apesar da facilidade das comunicações, a fraca participação da sociedade civil, entre outros. "Estou em crer que a questão do financiamento do Serviço Nacional de Saúde está relacionada com a falta de vontade política", disse Carlos Cortes, aludindo a um dos denominadores comuns desta conferência, abordado por vários intervenientes, isto é, o défice de financiamento do SNS.

Neste debate, participaram vários convidados, entre os quais os ex-ministros da Saúde, Maria de Belém Roseira e Paulo Mendo; o cirurgião Manuel Antunes; a ex-bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Maria Augusta Sousa; e o atual bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva.

"Em defesa do SNS temos a Constituição da República Portuguesa, a Lei do SNS, a Lei de Bases da Saúde, mas, em defesa daqueles que usam o SNS é que não temos assim tanta coisa e devíamos ter", argumentou o Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, logo no início da conferência. "Se nada for feito e a continuar a atual política de desorçamentação vamos assistir ao declínio do Serviço Nacional de Saúde", alertou, por seu turno, Edgar Loureiro, presidente do SINDITE. Palavras que fizeram parte da sessão de abertura na qual participaram também o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, o presidente do Research Department of the International Network of the UNESCO Chair in Bioethics, Rui Nunes, o presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Fernando Regateiro, e a presidente da Administração Regional de Saúde do Centro, Rosa Reis Marques (em representação do ministro da Saúde).

 

Texto e Fotos @SRCOM / Paula Carmo 

 

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