O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, um dos participantes no debate inédito em Portugal no âmbito da Convenção Nacional da Saúde, presidiu à conferência subordinada ao tema "Recursos humanos na Saúde: Formação. Motivação e Liderança". O programa incluiu várias conferências temáticas que decorreram em simultâneo e cujas conclusões foram apresentadas no último dia, momentos antes da divulgação da "Agenda da Saúde para a Década".
Ao apresentar as conclusões deste debate setorial e antes de lançar sete desafios para a próxima década, sublinhou: "a formação, a motivação e as lideranças revestem-se de uma importância crucial para se atingir uma gestão equilibrada e valorizar os recursos humanos em saúde". Carlos Cortes destacou, por seu turno "o papel fundamental dos profissionais, de todos os profissionais de saúde, seja na prestação direta de cuidados de saúde, seja em posições de liderança ou gestão", circunstâncias e realidade para as quais se "torna incontornável encontrarmos as soluções apropriadas para o seu desenvolvimento qualificado e sustentado".
Recorde-se que, na sessão inaugural deste evento, o Presidente da República, Professor Marcelo Rebelo de Sousa asseverou: "Este é o grande desafio da vossa Convenção. Não deixar deslaçar o relacionamento entre instituições e pessoas."
Neste que foi o maior debate nacional sobre o presente e o futuro da Saúde em Portugal, estiveram reunidas na Culturgest (Lisboa), durante estes dois dias, perto de 1200 participantes (as ordens profissionais, associações, instituições prestadoras de cuidados de saúde do setor público, privado e social, bem como associações de doentes, responsáveis políticos, profissionais da comunicação social, centros de investigação e universidades).
O Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, Chairman da Convenção Nacional da Saúde, traçou os princípios orientadores para o setor no futuro. Sublinhou, na sua intervenção final: "O Serviço Nacional de Saúde (SNS) é uma das grandes conquistas da nossa Democracia mas é fundamental capacitar o SNS para dar uma melhor resposta à saúde dos portugueses". Nesta que foi a derradeira intervenção do evento, Miguel Guimarães lembrou que urge avançar a reforma dos cuidados de saúde primários "para combatermos a prevalência das doença", "reforçar o papel dos médicos de família nas ucsp", "integrar os cuidados de saúde primários com os cuidados hospitalares", assim como "é fundamental ter um plano de emergência para construir uma rede de cuidados continuados integrados". Para o Bastonário da OM, é imperioso "respeitar e valorizar as pessoas que trabalham na Saúde". Destacando a nacessidade de maior investimento no setor de forma a atingir a média dos países da OCDE, Miguel Guimarães realçou ainda que "a qualidade também gere poupança".
Texto e Fotos @SRCOM / Paula Carmo