Carlos Cortes elogia “papel social do Médico de Família”

Carlos Cortes elogia “papel social do Médico de Família”

A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) promoveu, a 18 maio, o Sarau Comemorativo do Dia Mundial do Médico de Família, prestando tributo a estes profissionais que são o pilar dos cuidados de saúde.
Para assinalar esta data, teve lugar, na antiga igreja do Convento São Francisco (Coimbra), a cerimónia de homenagem com a participação do representante da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Miguel Pereira, do presidente da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar, João Rodrigues, do representante do Colégio de Especialidade de Medicina Geral e Familiar da Ordem dos Médicos, Victor Ramos, e do presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes.
Para o presidente da SRCOM, tem sido fulcral para o Serviço Nacional de Saúde o desempenho e o empenho dos médicos de família portugueses. Citando os três oradores nesta sessão que elencaram alguns problemas (designadamente a falta de médico de família para todos os utentes; a falta de um plano de investimento para as unidades de cuidados de saúde primários e a necessidade de melhores condições de trabalho), Carlos Cortes assumiu que a Ordem dos Médicos reconhece o "papel crucial e fundamental" dos médicos de família. Asseverou: "A Medicina Geral e Familiar é um pilar do Serviço Nacional de Saúde".
Neste sarau, apresentado por dois médicos de família (Ivo Reis e Teresa Pascoal), o presidente da SRCOM lembrou ainda que "as principais reformas no Serviço Nacional de Saúde foram feitas por médicos", numa alusão, por exemplo, à reforma dos cuidados de saúde primários. No decorrer da sua intervenção, Carlos Cortes deixou uma palavra de apreço e de destaque para o "papel social" junto da comunidade. "Os médicos de família conseguiram fazer a mudança. Ouço muito gestores e muitos médicos dizerem que gostariam de fazer nos hospitais o modelo das Unidades de Saúde Familiar. Isso diz muito do trabalho de vanguarda que a Medicina Geral e Familiar fez neste área". A seu ver, a proximidade do médico de família com a comunidade resulta numa ação apaziguadora da comunidade. Sublinhou: "O médico de família é uma referência e tem um papel preventivo; é a imagem da Medicina em Portugal".
À guisa de conclusão, Carlos Cortes assinalou um alerta: "Sinto-me um privilegiado por representar médicos como os Médicos de Família que têm o sentido milenar e são a expressão viva do Juramento de Hipócrates. Mas, esta semana, senti uma revolta pessoal pelo facto do médico de família ter sido agredido. Revoltado e preocupado com uma matéria com a qual estou envolvido há quatro anos, desde que estou na Ordem dos Médicos. Ninguém, no poder político, está preocupado com a violência, que tem aumentado nos últimos anos, sobre os profissionais de saúde. ". Lembrando outras realidades do ponto de vista penal, como na vizinha Espanha, o presidente da SRCOM reitera que a Ordem dos Médicos continuará a ser o baluarte na defesa dos médicos face a este grave problema. "Infelizmente, o Ministério da Saúde está apenas preocupado com os números. Não vejo ninguém no poder político preocupado com a violência. Mas temos de nos preocupar com o lado humano: o Médico de Família é a expressão máxima da humanidade na Medicina".

Após estas intervenções, o sarau terminou com a atuação do humorista Luís Franco-Bastos. Recorde-se que este evento decorreu entre o programa do III Congresso "SNS: Património de Todos" promovido pela Fundação SNS que, depois de Lisboa e Porto, escolheu Coimbra para o seu terceiro congresso nacional.

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