Lançamento do livro “Competências Clínicas Práticas e Preparação para OSCE” na Universidade do Algarve

Lançamento do livro “Competências Clínicas Práticas e Preparação para OSCE” na Universidade do Algarve

 

O coordenador do Conselho Nacional da Pós-Graduação da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, foi um dos oradores na sessão de lançamento do livro "Competências Clínicas Práticas e Preparação para OSCE", obra coordenada por Luís Castelo-Branco, médico formado pela Universidade do Algarve.
"Futuro da Formação e Avaliação Médica" foi tema da conferência antes do lançamento do livro que teve como preletores convidados Drew Tarmey (Manchester Medical School), Carlos Cortes (também presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos). Carlos Cortes voltou a colocar o acento tónico na qualidade da formação médica. Partindo de uma fotografia da ilha Terceira – local onde prestou serviço militar – Carlos Cortes assegurou que foi ali que, pela primeira, sentiu o impacto da formação de qualidade. Depois de elencar o edifício legal em vigor em Portugal, como suporte da formação médica pós-graduada, o coordenador do Conselho Nacional da Pós-Graduação da Ordem dos Médicos explanou todos os requisitos que atestam e validam o Internato Médico. Empenho força e determinação são denominadores comuns de um exigente percurso formativo mas as mudanças são notórias nas últimas décadas, como referiu. Desde logo, exemplificou, no número de vagas: "Sobraram sempre até 2013, ano a partir do qual há mais candidatos para o Internato Médico (habilita um médico no exercício da especialidade) do que vagas". Criticou, pois, a ausência de planificação nesta matéria e o impacto que teve na demografia médica: "A Administração Central do Sistema de Saúde não aproveitou as capacidades formativas identificadas pela Ordem dos Médicos ao longo dos anos", situação que se repercute negativamente no sistema de saúde. "Desde 1996 foram desperdiçadas 6000 vagas de especialidade, nos últimos dez anos foram desperdiçadas perto de duas mil", acentuou Carlos Cortes. Prosseguindo a sua intervenção, sempre acompanhada com a projeção de gráficos, o coordenador do Conselho Nacional da Pós-Graduação da Ordem dos Médicos referiu alguns obstáculos na capacidade formativa em Portugal, designadamente a fusão de serviços.
Qual é a realidade atual? Quantos médicos estão em formação? Carlos Cortes fez o levantamento: "Neste momento em formação em Portugal estão 12 mil estudantes e oito mil médicos internos.(…) O que vão acontecer no futuro poderá ser complicado". Sem esquecer os médicos que emigraram nos últimos anos, sobretudo para França e Alemanha, Carlos Cortes quis, no entanto, deixar uma nota de esperança. "A Formação Médica em Portugal é excelente, é reconhecida internacionalmente.". A título de exemplo, Carlos Cortes lembrou o programa de formação apresentado pelo Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos que incorpora uma estruturação inovadora que responde às mais recentes necessidades de formação nesta área. "Somos o primeiro país a dar esse passo e foi motivo de elogio por parte da European Union of Medical Specialists, a mais antiga e representativa associação médica da Europa".
Esta sessão que decorreu no Auditório Verde do Campus de Gambelas, Universidade do Algarve, prosseguiu com um debate moderado por José Ponte (primeiro diretor do Mestrado Integrado em Medicina da Universidade do Algarve). As intervenções de António Branco (reitor da Universidade do Algarve), José Manuel Silva (Bastonário da Ordem dos Médicos) e Isabel Palmeirim, (diretora do Mestrado Integrado Medicina) completaram a sessão de lançamento do livro que tem a chancela científica da Ordem dos Médicos.
O livro "Competências Clínicas Práticas e Preparação para OSCE", conta com a participação de mais de 100 médicos, entre vice-coordenadores, autores, diretores e revisores, alguns dos quais reputados especialistas nacionais do País. Os prefácios são da autoria de José Manuel Silva, Bastonário da Ordem dos Médicos; de José Ponte conjuntamente com Pedro Marvão, atual subdiretor desse mestrado. O Posfácio é assinado por Manuel Sobrinho Simões, professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

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