A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos assinou, na Sala Miguel Torga, em Coimbra, a constituição formal do Gabinete de Apoio ao Médico Residente no Estrangeiro. Trata-se de uma iniciativa inédita a nível nacional, que pretende ser um instrumento que facilite o regresso destes profissionais a Portugal. A ideia, explicou Carlos Cortes, é fomentar uma espécie de "auto-estrada de regresso", uma vez que, tal como acrescentou Alberto Pais (médico português a trabalhar em França), "não há nenhum médico português no estrangeiro que não equacione a possibilidade de voltar a Portugal".
Através deste novo gabinete, os profissionais terão acesso, por exemplo, ao lançamento de concursos públicos que lhes possam interessar, assim como podem beneficiar de informação e apoio que lhes permita voltar a exercer no seu país de origem. Na conferência de apresentação deste projeto pioneiro, o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, explicou a génese deste gabinete: a emigração médica que, nos últimos anos, tem vindo a aumentar. "Nos últimos Três anos emigraram perto de 1300 médicos, 52 por cento dos quais com menos de 35 anos e 65 por cento sem especialidade médica". "os médicos saem e têm sido esquecidos", aludiu. Carlos Cortes referiu ainda a dificuldade inerente aos "concursos fechados" o que torna mais difícil o regresso dos clínicos a Portugal. Face a isso, Carlos Cortes instou os responsáveis do Ministério da Saúde a promover a vinda dos médicos ao nosso país, a par de iniciativas que promovem o regresso dos médicos aposentados.