Bastonário da Ordem dos Médicos deixa uma palavra de esperança em Oliveira do Hospital

Bastonário da Ordem dos Médicos deixa uma palavra de esperança em Oliveira do Hospital

O Bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, e a Vogal do Conselho Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Inês Mesquita, deslocaram-se ao concelho de Oliveira do Hospital, a convite da autarquia, para se inteirarem dos problemas causados pela falta de médicos de família, no Serviço Nacional de Saúde. Em 2015 viveu-se, ali, uma situação bastante crítica uma vez que 16 mil pessoas estavam sem médico de família. Entretanto, a situação melhorou com a colocação de mais médicos. Mas, contas feitas durante esta visita pelo autarca José Carlos Alexandrino, ainda estão mais de seis mil utentes sem médico. Preocupante é a realidade da Extensão de Saúde de Lagares da Beira, sem serviço de atendimento médico há dois anos.
Durante a visita ao Centro de Saúde de Oliveira do Hospital, o Bastonário foi perentório ao considerar que o problema está na contratação destes profissionais pelo sistema público de saúde. "Haja vontade de apostar no Serviço Nacional de Saúde", disse, acrescentando que é uma responsabilidade dos governos e um direito que as câmaras municipais têm de exigir". Para sanar o problema num futuro próximo, o Bastonário da Ordem dos Médicos lembrou uma medida que será adotada em breve, isto é, a contratação de médicos de família reformados. Neste regresso, lembra, poderão auferir 75 por cento do vencimento, a acumular com o valor da reforma. "isso irá ajudar a transitoriamente colmatar a falta de médicos".
Mas, mais uma vez, José Manuel Silva falou sobre a 'sangria' da emigração. "O vencimento é tão baixo em Portugal que preferem emigrar" para países onde "a sua qualidade é reconhecida e apreciada". Por isso, para tentar minimizar os problemas no interior do País, defende "medidas minimamente atrativas". Mas, José Manuel Silva, não deixou de salientar que, "provavelmente, no próximo ano, todos os portugueses já terão médico de família" pois estão a ser formados "muito acima das necessidades do país". Assinalou: "Este ano, 350 vão acabar a especialidade, para o ano vão acabar mais". Ora, num cenário em que todos os utentes portugueses tenham médico de família, o desafio será "reduzir o número de utentes por cada médico". Explanou o Bastonário: "1900 utentes por médico é um número excessivo para se conseguir um bom acompanhamento, nomeadamente para uma das atividades mais relevantes dos cuidados de saúde primários que é a prevenção". Contudo, enquanto tal não acontece, "tem de haver medidas de discriminação positiva no interior".
Os dirigentes da Ordem dos Médicos visitaram o Centro de Saúde de Oliveira do Hospital, a Extensão de Saúde de Lagares da Beira, a Fundação Aurélio Amaro Diniz e a sua Unidade Móvel de Saúde que câmara municipal pôs a funcionar nas freguesias mais periféricas, precisamente no âmbito de uma parceria com a Fundação Aurélio Amaro Diniz.

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