Inauguração da exposição de pintura ‘Passagens do Hommo Bacallaus’

Inauguração da exposição de pintura ‘Passagens do Hommo Bacallaus’

Citando um dos pensamentos do filósofo Jean Jacques Rousseau segundo o qual as paixões são os instrumentos que nos conservam, Inês Mesquita, vogal do Conselho Regional do Centro da Ordem dos Médicos, deu como exemplo o caso do artista plástico e médico André Pinto cuja "paixão pela arte faz com que ele seja, além de um ser humano incrível, um médico incrível". Na inauguração da exposição de pintura "Passagens do Hommo Bacallaus" e perante largas dezenas de amigos, colegas e familiares, André Pinto, que frequenta atualmente o 4º ano da especialidade de Ortopedia e Traumatologia no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, expõe, pela primeira vez ao público, o seu talento artístico.
"Ele merece que este seja o recorde do número de convidados para assistir a uma inauguração de uma exposição no Clube Médico. Estávamos todos muito curiosos porque, de vez em quando, ele colocava fotografias dos quadros nas redes sociais e todos nós queríamos ver um bocadinho mais. Para nós, Conselho Regional do Centro da Ordem dos Médicos, é um dia feliz pois o Clube Médico é a casa de todos", enfatizou Inês Mesquita, emocionada uma vez que conhece André Pinto desde o primeiro dia em que ele ingressou na faculdade.
De seguida, foi a vez de Samuel Pereira Pinto, arquiteto e irmão do artista plástico, fazer a apresentação da obra e do seu autor. Após uma resenha da vida de André Pinto – 28 anos, natural de Junça (concelho de Almeida), onde passou a infância e parte da adolescência, vindo depois a completar o ensino secundário na cidade da Guarda e a cursar Medicina em Coimbra – Samuel Pinto assinala: "Em todos os instantes o artista, espectador privilegiado do sofrimento alheio e por inerência do seu, é um ser dividido: condenado a assistir (e aceitar?) por força do seu dia-a-dia à injustiça, procura na beleza, no significado de um gesto límpido, um momento de redenção para a sua condição de homem infinitamente pequeno e incapaz de alterar o destino, restando-lhe o caminho da arte. Assim se explica, porventura, a necessidade da pintura como complemento antagónico da medicina". Explica Samuel Pinto: "Longe do abstracionismo, os seus quadros pretendem impor-se pela mensagem, situando-se no universo dos significados e valendo enquanto representação simbólica do mundo pessoal do artista e dos vários momentos que o compõem; inclusive as 'paisagens' que não se apresentam como retratos prosaicos mas cenários imaginados ou recordados, paisagens metafóricas ou oníricas pintadas à meia-luz, em casa, numa noite de inverno". Mais adiante, surge pela voz de Samuel Pinto a justificação do nome desta exposição do neófito pintor: "Figura solitária, pequena, incondicionalmente introspetiva e 'esmagada' pela paisagem, o homem-bacalhau ou 'hommo bacallaus' é a criatura híbrida que empresta a pele ao pintor, correspondendo, simultaneamente, à representação ortónima do eu artístico e ao heterónimo que podia ser o autor das restantes estórias que aqui se contam".
Por fim, André Pinto agradeceu as emocionadas palavras de Inês Mesquita e dedicou-lhe rasgados elogios pela "capacidade de trabalho, criatividade e alguém que é um modelo a seguir". Nos agradecimentos a todos os presentes nesta sessão tiveram honras de destaque para os pais e ao seu irmão. O autor agradeceu também a oportunidade desta exposição à cirurgiã Dulce Diogo, responsável pela programação cultural do Clube Médico. O jovem médico instou todos a não serem meros espectadores da sociedade: "Se tiverem algum tempo livre, não sejam meros críticos, façam algo mais e contribuam para a criação de cultura. Desfrutem da exposição e peço uma salva de palmas à amizade que aqui se pratica".
"Passagens do Hommo Bacallaus" é o título da mostra de pintura que estará patente, no Clube Médico em Coimbra, até 30 de abril.

 

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