Juramento de Hipócrates:”Que nunca vos falte a coragem para manter a esperança!”

Juramento de Hipócrates:”Que nunca vos falte a coragem para manter a esperança!”

Momento sublime para 366 jovens médicos! Com o grande auditório do Centro de Artes e Espetáculos (CAE) da Figueira da Foz repleto, decorreu, no dia 21 de novembro, o 'Juramento de Hipócrates', a cerimónia simbólica que marca o início da carreira médica. Com transmissão em simultâneo para o pequeno auditório e as várias zonas comuns do CAE (para que nenhum familiar e amigo ficasse privado de acompanhar o evento), a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos foi anfitriã desta cerimónia que contou também com a participação de médicos oriundos de Lisboa, Porto e de universidades estrangeiras.
Depois da atuação do Coro da Ordem dos Médicos, sob orientação do maestro Virgílio Caseiro, foi a vez de intervir o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos. "Ser médico é ser exigente com o seu saber. Ser médico é ter a compaixão e a humildade de estar ao serviço daqueles que de nós precisam", disse Carlos Cortes. "Esta cerimónia simbólica é a celebração dos valores da Medicina que ao longo da História e através do mundo foram defendidos por gerações de médicos".
"O Juramento de hoje – o Juramento de Hipócrates – é o juramento do Humanismo, da entrega ao serviço do bem, da luta contra a adversidade. Estão obrigados a lutar contra a doença e contra o sofrimento. Em nome da vossa consciência cívica, também estão obrigados a lutar contra o esquecimento, contra a ignorância e contra a insensibilidade. Ser Médico é ser exigente com o seu saber. Ser Médico é ter a compaixão e a humildade de estar ao serviço daqueles que de nós precisam."
O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos não deixou, porém, de frisar as dificuldades e adversidades que o médicos enfrentam na atualidade. Um dos problemas resulta da discrepância entre o número de candidatos e as vagas de acesso a uma especialidade. "Paradoxalmente, nestes últimos dez anos, a tutela desperdiçou 2002 que a Ordem dos Médicos identificou para permitir que médicos especialistas fossem formados em hospitais e centros de saúde". Acrescentou ainda: "Pelos mesmos motivos, nos últimos 20 anos, Portugal não formou perto de 6000 especialistas por irresponsabilidade e incompetência dos sucessivos Ministérios. Mas hoje, desiludidos e desmotivados, muitos desistem de praticar a Medicina em Portugal e tomam o caminho do Reino Unido, da Espanha, da França ou da Arábia Saudita. Em 2014 emigraram perto de 400 médicos. Na Região Centro, a emigração médica aumentou 25% em relação ao ano anterior".
Momentos antes, pediu: "Conservem sempre o orgulho de serem médicos, que nunca esqueçam a vossa missão e defendam sempre o vosso doente". Por fim, exortou: "Ao serviço da Medicina, da Saúde e dos Doentes, espero de todos vós o melhor da vossa exigência, da vossa sabedoria e da vossa dedicação. Que nunca vos falte a coragem para manter a esperança!"

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Ordem dos Médicos