Alerta no XII Congresso EMASH – Portugal: É fundamental maior envolvimento na luta contra o tabagismo

Alerta no XII Congresso EMASH – Portugal: É fundamental maior envolvimento na luta contra o tabagismo

O XII Congresso da European Medical Association on Smoking or Health (EMASH)-Portugal, subordinado ao tema «Eu não fumo, … mas também fumo!», nos dias 29 e 30 de outubro, em Coimbra, voltou a trazer para a ribalta a discussão em torno da epidemia do tabagismo.
São muitos os prejuízos para a saúde por causa do tabaco. Poderemos enumerar alguns: as doenças respiratórias, as doenças cardio-cérebro-vasculares, hipertensão, diabetes, aumento do risco de cegueira, de suicídio, cancro da cavidade oral, cancro do pulmão, efeitos na saúde sexual e reprodutiva. Foi desta forma que Luisa Costa, vice-presidente do EMASH-Portugal iniciou a sua intervenção na sessão de abertura deste congresso. Para além de citar as doenças associadas ao consumo do tabaco, aludiu: "O tabaco é responsável por 700 mil mortes por ano na União Europeia, em média reduz a esperança de vida em 14 anos". Em Portugal, alertou ainda a especialista, "um quarto dos jovens fuma". Citando o relatório do ano passado da Direção-Geral da Saúde, Luísa Costa afirmou: "o tabaco é responsável por 11 mil mortes em Portugal". A vice-presidente do EMASH-Portugal lamenta o facto do fumadores terem pouca vontade de deixar este vício. "O tabagismo é um grave problema de saúde", sublinhou, exortando uma atenção para este problema, de maneira a impedir o aumento do número de mortes e doenças. "É fundamental e urgente um maior empenho dos profissionais da saúde nesta área", exortou, lamentando que a classe médica esteja pouco motivada para a cessação tabágica, uma vez que recorre "frequentemente à prescrição de medicamentos". O apelo para um maior envolvimento nesta questão coletiva deve envolver igualmente outras áreas, como por exemplo as escolas, as autarquias.
Carlos Cortes, presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, nesta sessão inaugural, sublinhou: "Um dos aspetos muito importante desta luta anti-tabágica é a informação. É uma luta muito desigual, entre as tabaqueiras e os que lutam pela exclusão destes hábitos. Hoje assinala-se o Dia do AVC e nós sabemos que o tabaco aumenta os riscos de AVC". Carlos Cortes assinalou que "na sociedade portuguesa" muito melhorou na luta contra o tabagismo, designadamente com a lei que proíbe o tabaco nos espaços fechados. Ainda assim, "há sempre mais a fazer", notou o responsável pela Ordem dos Médicos do Centro.
Foram ainda intervenientes nesta sessão: Carlos Costa Almeida, presidente Associação Portuguesa Médicos Carreira Hospitalar; Manuel António Silva, presidente do Instituto Português de Oncologia-Coimbra; Ana Figueiredo, pneumologista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; João Pedro Pimentel, em representação do presidente da Administração Regional de Saúde do Centro.
Nestes dois dias de reunião, um vasto grupo de oradores debateram inúmeros temas, tais como: "União Europeia – Cumpre a legislação? E Portugal?", "Tabagismo e doença – A relevância dos fatores genéticos", "Repercussões do tabagismo materno na infância e na adolescência", "O que há de novo em prevenção do tabagismo escolar", "Poluição ambiental do tabaco", "Porque pode ser difícil deixar de fumar", "Fundamentos para o tratamento do tabagismo", "O papel (envolvimento) das instituições face ao tabaco".
O congresso contou com a participação de Armando Peruga, responsável na Organização Mundial de Saúde pelo programa do tabaco.

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Ordem dos Médicos