O impacto da crise financeira no sistema de Saúde e na Saúde em Portugal

O impacto da crise financeira no sistema de Saúde e na Saúde em Portugal

O Bastonário da Ordem dos Médicos afirmou, em Coimbra, que a análise da Organização Mundial de Saúde sobre o estado da Saúde em Portugal só veio demonstrar que "houve um excesso de cortes sem preocupações".
A análise está contida no estudo intitulado "O Impacto da Crise Financeira no Sistema de Saúde e na Saúde em Portugal".
Realizado em 2013 e publicado em 2014, o estudo foi apresentado publicamente na Sala Miguel Torga, da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), com intervenção de Josep Figueras (Diretor do Observatório Europeu Sobre Sistemas de Saúde), Constantino Sakellarides (Presidente da Fundação para a Saúde – SNS), Luís Castelo Branco (Médico) – estes últimos autores do estudo -, José Martins Nunes (presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra) e Pedro Graça (Direção-Geral de Saúde).
O estudo alerta para, por exemplo, que "piorar as condições de trabalho" no Serviço Nacional de Saúde (SNS) pode comprometer a sua sustentabilidade, além de considerar que as taxas moderadoras podem introduzir "certificados de pobreza" o que contraria a universalidade do SNS. "Foram tomadas uma série de medidas muito gravosas para a saúde sem que fosse antecipado o seu impacto. Daí que que haja vários indicadores que demonstrem os efeitos negativos para as pessoas mais desprotegidas, nomeadamente na saúde mental", disse José Manuel Silva.
Na sessão de abertura, o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, agradeceu aos autores do estudo o facto de terem escolhido Coimbra para a sua apresentação pública, e agradeceu também a presença das inúmeras personalidades quer no painel de apresentação quer no painel de debate. De destacar a presença de: António Arnaut, advogado e antigo ministro socialista dos Assuntos Sociais; Manuel Antunes, cirurgião cardiotorácico; dos deputados Mário Ruivo (PS) e Paulo Almeida (CDS/PP), Joaquim Neto Murta, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; o responsável pelo Gabinete de Estudos em Saúde da Universidade de Coimbra e Pedro Lopes Ferreira, professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e investigador do Centro de Estudos e Investigação em saúde da Universidade de Coimbra; Marta Temido, presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares; António Rodrigues, médico (Bloco de Esquerda); Fernando Regateiro, professor catedrático da Faculdade de Medicina UC, do ortopedista pediátrico Jorge Seabra (PCP); Alberto Silva, presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina.
"Esta sessão tem dois objetivos muito importantes: por um lado, fazer uma retrospetiva histórica e olhar para o impacto da crise no sistema de saúde português e, por outro lado, apontar para o futuro caminhos muito diferentes daqueles que têm sido trilhados até agora", aludiu Carlos Cortes.
O relatório, que é também da autoria de Patrícia Barbosa e Helda Azevedo, dá conta das dificuldades no acesso à saúde em tempo de crise. O debate teve apresentação e moderação da jornalista Romana Borja- Santos.

 

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