O Bastonário da Ordem dos Médicos assumiu, na Secção Regional do Centro da Ordem Médicos, que o Conselho Nacional Executivo da OM poderá decidir favoravelmente, já no próximo ano, sobre a criação da subespecialidade de Psiquiatria Forense. Ao intervir na sessão de encerramento do seminário "Psiquiatria Forense em Portugal: Ponto da situação e propostas de melhoria", José Manuel Silva, fazendo a ressalva de que a OM não vê "com bons olhos a excessiva segmentação da Medicina" afirmou, porém, que "há áreas que se afirmam por elas próprias" sendo "a área de Psiquiatria Forense uma delas". José Manuel Silva lembrou, aliás, que esta proposta já foi apresentada pelo Colégio de Psiquiatria e já obteve a concordância do Colégio de Medicina Legal. Falando na presença de especialistas e peritos destas duas áreas médicas, de magistrados, da Procuradora da República Margarida Paz, e do deputado da Assembleia da República Paulo Almeida, o Bastonário asseverou que "a grande missão da Ordem dos Médicos é pugnar pela qualidade".
Na sessão de abertura do seminário, Carlos Cortes, presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), já tinha afirmado de forma positiva "a união entre colégios para a resolução do problema", isto é, a inexistência de especialistas na área de Psiquiatria Forense. O presidente da SRCOM destacou o trabalho conjunto dos colégios: "É dessa forma que a Ordem dos Médicos deve saber funcionar internamente, através dos seus colégios, abrindo-se à sociedade e a outros intervenientes de forma a fomentar a discussão para se estudar uma solução".
Francisco Corte Real, presidente do Colégio da Especialidade de Medicina Legal da Ordem dos Médicos, assegurou que "a Psiquiatria Forense não tem respondido com a celeridade que se pretende – porque não temos psiquiatras suficientes a nível nacional com capacidade de resposta às necessidades – e por isso importa aos dois colégios resolver esta situação". Reportando-se à realidade das ciências forenses, sentida há vários anos, Francisco Corte Real afirmou que há "uma corrida entre tribunais e medicina legal, com pedido aos hospitais para avaliação psiquiatra forense. Enquanto não conseguirmos dar a reposta que os tribunais necessitam, não conseguimos prestar um bom serviço à justiça".
Luiz Gamito, presidente do Colégio da Especialidade de Psiquiatria, enalteceu o "espírito de colaboração entre os colégios e a necessidade de se encontrarem para levar a cabo o projeto que, há alguns anos, o Colégio de Psiquiatria levou em mãos: criar a Especialidade de Psiquiatria Forense".
Este seminário teve lugar na Sala Miguel Torga, na Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, com organização conjunta do Colégio da Especialidade de Psiquiatria e do Colégio da Especialidade de Medicina Legal.
Encontrar soluções e respostas para as necessidades sentidas na ciência forense foi o objetivo.