A importância de adotar um comportamento responsável em relação ao sol

A importância de adotar um comportamento responsável em relação ao sol

Sabia que os raios ultravioletas A (UVA) podem ser mais nocivos porque em muito maior quantidade que os UVB? Sabia que o nível de proteção dos protetores solares não varia assim tanto do fator 30 para o fator 50? E sabia ainda que para ter o fator que lhe é prometido precisa de aplicar cerca de 34 gramas de cada vez que põe o seu protetor?

Pois bem, foram estas algumas das principais informações que o Prof. Doutor Américo Figueiredo, Dermatologista e Diretor de Serviço do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, transmitiu a todos os que participaram no primeiro Serão Científico dinamizado pelo Conselho Regional do Centro da Ordem dos Médicos e aberto a toda a população. “Saúde para todos – Proteção solar e cancro da pele” foi o tema escolhido para a primeira sessão, não fosse esta a altura do ano em que nos sentimos mais atraídos pelo sol.

“Nos anos 20 e 30 era moda ser branco de pele. Quem tivesse a pele clara tinha um estatuto social diferenciado positivamente. Mais tarde, nos anos 50, houve uma senhora – Coco Channel -, essa mesmo, que criou a moda do bronzeado. É atras dessa moda que “quase” todos corremos e que vai deixar muitos de nós pelo caminho, porque começaram a ser cometidas asneiras de excesso de exposição ao sol”, afirmou o Dermatologista e Dirigente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM).

https://ssl.gstatic.com/ui/v1/icons/mail/images/cleardot.gifE os “resultados” dos excessos e mau comportamento em relação ao sol foram exibidos nos diversos slides que serviram de suporte ao Serão Científico. Imagens impressionantes dos três tipos de cancro – carcinomas basocelular, espinocelular e melanoma – fizeram pensar e repensar as atitudes menos responsáveis. “O melanoma é já um dos dez mais mortais cancros em Portugal. Sabemos que a queimadura solar em criança aumenta o risco de melanoma”, apontou o Professor Américo Figueiredo.

O cancro é o malefício, em última análise, do excesso de exposição ao sol. Outros são os efeitos cutâneos da radiação: fotoenvelhecimento – envelhecimento da pele à custa de radiação ultravioleta -, fotodermatoses, fotossensibilidade e efeitos oculares, “havendo lesões induzidas pelo sol que podem evoluir para cancro”.

Posto isto, o que deve ser feito para evitar queimaduras solares e lesões futuras na pele? Mais importante do que escolher um protetor solar 5, 15, 30 ou 50, e saber as quantidades exatas que devem ser aplicadas para ter o fator de proteção prometido, já que ninguém aplica os 2 mg/cm2, devemos adotar um comportamento racional. “Temos de nos comportar biologicamente: não há nenhum animal que de forma racional se coloque ao sol. Assim, o protetor solar só é importante se estivemos ao sol o mesmo tempo que estaríamos caso não o aplicássemos”, explicou. “Em caso nenhum ele deve servir para, não nos queimando, aumentar a exposição ao sol”.

O uso de chapéus e uma política de sombra plasmada, desde logo, do ponto de vista arquitetónico são também duas variáveis que podem ajudar o ser humano na adoção de atitudes mais responsáveis.

O Serão Científico terminou com a intervenção do público que aproveitou a disponibilidade do especialista para esclarecer algumas dúvidas e alguns mitos criados à volta deste grande amigo/inimigo:o sol.

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