Resultados do inquérito sobre a ferramenta PEM

Desde já agradecemos aos 976 colegas que, numa semana apenas (15 a 23 de Abril de 2014), responderam ao inquérito sobre a PEM lançado pela Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.

Destas respostas, 50,5% foram da especialidade de Medicina Geral e Familiar, seguida de 5,3% de Medicina Interna, 4,7% Ginecologia e Obstetrícia, 4,5% Ortopedia e 4,3% Pediatria Médica.
A maioria da ARS Centro (69%), ainda assim tivemos contribuições da ARS Norte (17,6%), LVT (10,2%), Alentejo e Algarve (3%) e Madeira e Açores (0,2%).

Como resultados, obtivemos que:

Em média, cada vez que os médicos abriram a PEM no mês anterior, perderam:
– 1,7 minutos à espera que esta abrisse a aplicação;
– 1,4 minutos à espera que imprimisse as receitas;
– 1,5 minutos à espera que abrisse a medicação crónica.
Sendo que responderam que abrem a PEM 5,4 vezes em média por hora de trabalho que implica prescrição médica, podemos inferir que em cada hora de trabalho perdem cerca de:
– 16,2 minutos à espera que a PEM funcione (abrir aplicação e imprimir receita apenas);
– 24,8 minutos à espera que a PEM funcione, caso precisem de abrir a medicação crónica (abrir aplicação, imprimir receita e abrir medicação crónica).

Quanto ao tempo perdido cada vez que abriram a PEM na prescrição de cuidados respiratórios, referiram perder em média 3,8 minutos à espera que a PEM abra o ecrã de cuidados respiratórios e a preencher a informação solicitada obrigatória para essa prescrição.

Além disto, no mês anterior, referiram não conseguirem aceder à medicação crónica dos seus doentes, 14 vezes por semana, não conseguiram passar receitas num contacto 3,5 vezes/semana, adiaram a entrega de receitas por indisponibilidade da PEM cerca de 3 vezes por semana. Tiveram de recomeçar a aplicação por bloquear ou não estar a funcionar cerca de 7 vezes por semana.

Quanto à helpdesk, recorreram a esta 27% dos respondentes e desses75,3% não ficaram satisfeitos.

Globalmente, 88% consideram que a PEM lhes dificulta o trabalho assistencial em comparação com outras ferramentas que tinham anteriormente.
Quando questionados sobre o impacto que a PEM tem na sua atividade médica/na qualidade dos cuidados aos doentes, a maioria colegas escreveram comentários negativos sobre este impacto. Como positivo nomearam o facto de permitir ver a prescrição de outros prestadores e ter uma melhor estética em relação à ferramenta de prescrição do SAM mas a maioria dos comentários enviados mencionavam o tempo perdido com o uso desta ferramenta e a consequente menor qualidade na relação com os doentes e cuidados que prestam e ainda muitos expressam a sua angústia profissional e pessoal em relação a esta situação.

Como inquérito online, salvaguardamos desde já as suas limitações em termos de controlo de quem a ele respondeu e o viés de que possam ter respondido os médicos mais motivados para o fazer em relação a este tema. Além disso, não foi validado cientificamente e terá também um possível viés de memória de quem a ele responde.
Mas foi feito numa tentativa de quantificar as opiniões que nos tinham chegado de diversos médicos e grupos de médicos e será útil para ajudar a fazer o ponto de situação em relação ao uso desta ferramenta.

Já divulgados estes resultados na imprensa, faremos chegar pessoalmente estes resultados aos SPMS numa tentativa de criar alternativa para os médicos que não a têm quando a PEM lhes dificulta o seu trabalho.

A SRC da OM

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Ordem dos Médicos