Ordem dos Médicos do Centro contra destruição do Ano Comum

O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), Carlos Cortes, discorda frontalmente da extinção do Ano Comum e antevê com apreensão a perda de qualidade da formação médica caso se venha a concretizar uma medida tão imponderada.

Esta posição do presidente da SRCOM surge na sequência de declarações do Ministério da Saúde à imprensa, que reitera a intenção de extinguir o Ano Comum em 2017/2018. "Serão desastrosas as consequências de tal medida sobre a formação, descurando a preparação técnica dos médicos especialistas, os cuidados de saúde prestados aos doentes", assume Carlos Cortes.

Para o presidente da SRCOM, "não existem atualmente condições para reduzir o tempo de formação nem se vislumbra nenhuma alteração que o permita". Acrescenta ainda que "não se pode desligar o Internato Médico do Serviço Nacional de Saúde e do sistema de saúde em geral, ou seja, estamos perante uma decisão tecnicamente irresponsável".

Carlos Cortes apela a que não seja encurtada a formação a pretexto de suprir a falta de médicos. "Os médicos seriam os mais interessados em ter um internato curto, seriam especialistas mais cedo e consequentemente com melhores vencimentos". Porém, sublinha, "nunca o defendemos porque tal seria prejudicial para a qualidade da Medicina e dos Cuidados de Saúde". Acrescenta: "Lamento que os responsáveis do Ministério da Saúde não percebam que a atual formação dos médicos em Portugal esteja adaptada à nossa realidade. Não existem atualmente condições para reduzir o tempo de formação nem se vislumbra nenhuma alteração que o permita. A formação médica é um processo complexo e exigente e não pode ser posta em causa por caprichos políticos circunstanciais".
Estas alterações, a ser concretizadas, "significam um claro retrocesso na qualidade da formação médica em Portugal", conclui.

Coimbra, 29 julho 2015

 

 

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