Ordem dos Médicos do Centro apela ao Ministério da Saúde para valorizar e respeitar a formação dos jovens médicos

O Ministério da Saúde não está a acautelar as condições para a formação dos médicos especialistas necessários ao país, critica Carlos Cortes.

"O mapa de vagas para o Internato Médico de 2016 significa um retrocesso na qualidade da formação, já que o Ministério da Saúde não cria condições para que esses Médicos possam aceder a uma especialidade médica". É desta forma crítica que o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos reage às 2 147 vagas para o Ano Comum do Internato Médico para 2016. Carlos Cortes não tem dúvidas de que este número recorde de vagas "obrigaria a que o Ministério dotasse os serviços hospitalares e os centros de saúde de outras condições, para poderem ser formados mais Médicos Especialistas". Acrescenta: "Ao aumentar o número de licenciados em Medicina sem, em paralelo, aumentar a capacidade dos hospitais e centros de saúde para os poderem receber na formação de especialidades médicas, o Ministério da Saúde está, deliberadamente, a querer formar médicos indiferenciados, o que configura um retrocesso de décadas na qualidade da formação".

Na região Centro, para 2016, estão previstas 375 vagas distribuídas pelo Centro Hospitalar Cova da Beira, E.P.E; Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, E.P.E; Centro Hospitalar de Leiria, E.P.E; Centro Hospitalar de Tondela-Viseu, E.P.E; Centro Hospitalar do Baixo Vouga, E.P.E; Hospital Distrital Figueira da Foz, E.P.E; Unidade Local de Saúde da Guarda, E.P.E; Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, E.P.E.; constituindo um aumento de 100 vagas em 4 anos. "Aumentar as vagas para o Ano Comum dificultando a capacidade formativa para especialidades médicas nos serviços, diz tudo sobre o principal propósito do Ministério da Saúde: ter médicos indiferenciados (sem especialidade médica) o que terá consequências muito negativas sobre a qualidade de prestação de cuidados de saúde".

Perante esta realidade, a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos apela ao Ministério da Saúde para criar condições nos serviços hospitalares e nos centros de saúde para acolher este aumento significativo e inédito de internos do Ano Comum e garantir que estes possam ter acesso a uma especialidade médica, tendo em conta as graves carências em recursos humanos dos hospitais e dos centros de saúde.
A Ordem dos Médicos não pode pactuar com esta situação, pois a excelência da formação médica sempre foi um dos melhores indicadores do nosso sistema de saúde", denuncia.

Coimbra, 20 de setembro 2015

 

 

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