Ordem dos Médicos do Centro alerta: Excesso de vagas nas Escolas Médicas é uma irresponsabilidade

A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos assume que é uma "irresponsabilidade" a abertura do número de vagas nas Escolas Médicas acima das capacidades de formação de médicos especialistas. Em ofício enviado aos reitores da Universidade de Coimbra e Universidade da Beira Interior, bem como aos presidentes das Escolas Médicas da região Centro, o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, assinala que está em causa a qualidade da formação médica em Portugal, pré e pós-graduada, que poderá provocar graves implicações na prestação dos serviços de saúde.

Carlos Cortes preconiza, nessa missiva, "uma cuidada ponderação na definição dos numeri clausi, tendo em vista o enquadramento dos futuros profissionais de saúde num Serviço Nacional de Saúde que se pretende com consensuais parâmetros de qualidade e eficácia". Acrescenta: "A formação, tanto pré como pós-graduada, constitui um processo de aperfeiçoamento contínuo, com especificidades e condições que dependem de múltiplos intervenientes, pelo que o planeamento estratégico correto deve ser pensado em função de indicadores de uma linha temporal não inferior a uma década".

Carlos Cortes assume na carta que "limitar o alargamento exponencial do número de médicos não significa cercear o acesso dos doentes aos seus direitos fundamentais e constitucionalmente garantidos, mas, sim, intervir corajosamente na defesa do interesse público".

 

Coimbra, 30 de março de 2016 

 

 

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