Ordem dos Médicos ameaça retirar idoneidade aos serviços recusando médicos internos a fazer 18 horas nas urgências

 

Ordem dos Médicos ameaça retirar idoneidade aos serviços recusando médicos internos a fazer 18 horas nas urgências

Sessão para médicos internos juntou, em Coimbra, membros do Conselho Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Sindicato Independente dos Médicos e Sindicato dos Médicos da Zona Centro.

A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) desafia os responsáveis do Ministério da Saúde a esclarecer publicamente
a questão da formação médica, uma vez que "até agora tem tido uma postura pouco ética" na defesa da qualidade da formação de especialistas.
Carlos Cortes, presidente da SRCOM, recusa, de forma veemente, a possibilidade de ser a tutela a avaliar a qualidade dos serviços e qual a respetiva capacidade formativa. Mais: Caso avance a proposta de aumento do número de horas obrigatórias nas urgências por parte dos médicos internos – para as 18 horas – a Ordem dos Médicos não atribuirá a idoneidade formativa a qualquer serviço.
Em causa estão o diploma do Internato Médico e o Regulamento do Internato Médico: "Está a diminuir a capacidade que o país tem para formar médicos, compete ao Ministério da Saúde dotar os serviços para que tenham uma capacidade adequada". Caso o novo quadro legal venha a ser aprovado tal como está redigido, "a avaliação da qualidade dos serviços seria da responsabilidade do Ministério da Saúde, assim como seria a tutela a definir qual a capacidade dos serviços a receber os médicos internos", alerta o presidente da SRCOM. "Seria um descalabro, pois o Ministério da Saúde não tem interesse na qualidade da formação", avisa. Num momento em que o Serviço Nacional de Saúde se confronta com graves dificuldades, Carlos Cortes realça "a entrega, a qualidade e o empenho dos profissionais" cuja qualidade é reconhecida internacionalmente.
Na sequência da reunião Geral de Médicos Internos, com a presença de membros do Conselho Regional do Centro da Ordem dos Médicos, do Sindicato Independente dos Médicos (SIM/Centro) e do Sindicato Médicos da Zona Centro
(SMZC/FNAM), Carlos Cortes assume a importância do Ano Comum "uma espécie de antecâmara da formação médica, que dá bases muito importantes para a formação específica, com melhor preparação".
A Ordem dos Médicos não abdicará da defesa dos profissionais de saúde, disse o presidente da SRCOM perante uma centena de jovens médicos, alguns dos quais vindos do Porto, acrescentando que "a existência de médicos indiferenciados é um retrocesso da Medicina em Portugal".

SRCOM, 30 janeiro 2015

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