“Ministério da Saúde quer resolver grave problema das urgências com medidas avulsas”

A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos repudia categoricamente o aumento de 10 meses à idade de dispensa de trabalho dos médicos em contexto de serviço de urgência no Serviço Nacional de Saúde, intenção preconizada pelo atual ministro da Saúde. O Governo pretende rever o atual limite de 50 anos para trabalho nas urgências noturnas e 55 anos para o desempenho diurno no serviço de urgência mas tal demonstra "a total incapacidade para elaborar um plano de reestruturação das urgências", assume o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.

Assume Carlos Cortes: "As medidas tipo "penso rápido" podem resultar bem nas intervenções públicas mas não passam de medidas avulsas, inconsequentes e incapazes de resolver os graves problemas do Serviço Nacional de Saúde.".

"Após o caos nas urgências durante o pico da gripe e a total incapacidade do Ministério da Saúde para o resolver, perante a falta de um plano para reestruturação das urgências e da rede de urgência, face à ausência de articulação entre os cuidados de saúde primários e hospitalares, a tutela quer agora adiar a idade para dispensa no serviço de urgência demonstrando um profundo desconhecimento das dificuldades que afetam os recursos humanos num local de elevado risco e de intenso desgaste físico e psicológico".

Alerta o presidente da SRCOM, "este Ministério está a delapidar todas as oportunidades de reforma e reestruturação deste sector, ignorando a sua complexidade e desconhecendo o seu funcionamento no dia-a-dia." Conclui: "O ministro da Saúde, ao admitir esta hipótese na última audição da Comissão Parlamentar de Saúde, está a demonstrar que está completamente desfasado da realidade das urgências do serviço público de saúde e, por outro lado, a desvalorizar os riscos associados a esta revisão do limite de idade, quer para os médicos quer para os utentes".

Coimbra, 21 de fevereiro 2017

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