Cerca de cinco dezenas de médicos marcaram presença na reunião geral que decorreu ontem, em Aveiro, e expressaram o seu descontentamento face às atuais condições de trabalho na região, alertando para uma situação delicada na constituição das equipas no Serviço de Urgência e para o facto de existirem 35.000 utentes sem médico de família.
O encontro, promovido pela Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, tinha como objetivo fazer um ponto de situação relativo aos cuidados de saúde em Aveiro, nomeadamente cuidados de saúde hospitalares do Centro Hospitalar do Baixo Vouga e cuidados de saúde primários do ACeS do Baixo Vouga.
De acordo com os médicos presentes na reunião, as escalas de urgências continuam a não cumprir as indicações da Ordem dos Médicos (OM) e dos Colégios de Especialidade, no que diz respeito ao número de profissionais recomendado, principalmente de especialistas, colocando em causa a resposta adequada em cuidados de saúde.
A Ordem dos Médicos do Centro acompanha com preocupação a situação e o Presidente do Conselho Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, explica que a situação da falta de médicos continua a manter-se nos cuidados primários e, consequentemente, também nos hospitalares. “Não há planeamento, não há resposta do Ministério da Saúde às carências que são conhecidas no Centro Hospitalar e no ACES Baixo Vouga. Os médicos que existem no hospital são alocados ao serviço de urgência, que é prioritário, mas prejudicando a importante atividade assistencial do dia a dia, não permitindo oferecer aos doentes uma resposta adequada.”, e acrescenta “ o Ministério tem de reagir e apoiar um distrito que está a atravessar uma fase delicada e com consequências negativas para a saúde da população”.
Coimbra, 20 de julho 2022