Calamidade no Serviço de Urgência provoca saída de médicos no Hospital de Leiria

A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos expressa a maior preocupação face à escalada de problemas de extrema gravidade que atualmente estão a assolar o Centro Hospitalar de Leiria, o que tem motivado a saída de médicos. O Serviço de Urgência do Hospital de Santo André, em Leiria, atingiu o limite.

Todos chefes de equipa de Urgência de Medicina Interna apresentaram já a demissão (25 de janeiro), alegando a inexistência de condições essenciais ao desempenho das funções. Sem tempo para a chefia do serviço, sem recursos para cumprir a escala de urgência e por dificuldades na constituição de equipas para o transporte de doentes, entre outros motivos, pediram a demissão do cargo.

O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, que já este mês escreveu uma carta à Ministra da Saúde (com conhecimento para o Conselho de Administração) exortando por uma solução para este Centro Hospitalar, enfatiza: "é desumano e irresponsável manter este nível de pressão sobre os profissionais de saúde, não lhes dando condições adequadas para poderem prestar cuidados de saúde com o mínimo de qualidade e segurança para os doentes".

Afirma: "É uma calamidade que está a assolar o serviço de urgência do Hospital de Santo André, em Leiria, de tal forma à beira da rutura que, sem outra alternativa, os doentes são colocados na sala de espera sem as mínimas condições. Os casos são de tal forma graves que continuam a chegar à Ordem dos Médicos declarações de responsabilidade em que os médicos denunciam, com detalhe, as situações de extrema gravidade. "

Até este momento e desde o início do ano, a Ordem dos Médicos já recebeu 159 declarações de responsabilidade.

"Tem de ser implementado um plano de emergência para este hospital. É muito grave o que está a acontecer", exorta Carlos Cortes.

 

Coimbra, 22 fevereiro 2019

 

 

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