Coimbra foi palco de mais uma homenagem da Ordem dos Médicos aos colegas que, ao longo das suas carreiras, com sentido de missão, edificaram e desenvolveram um dos melhores sistemas de saúde do mundo.

A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos prestou homenagem aos médicos com 25 e 50 anos de carreira que representam duas gerações que muito têm contribuído para a prestação dos cuidados de Saúde no nosso País. A eles se deve a criação e o desenvolvimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Manuel Teixeira Veríssimo, presidente da SRCOM, anfitrião desta cerimónia, afirmou:

“À geração com 50 anos de carreira devemos a construção e consolidação do SNS. Foi esta geração que levou médico até aos locais mais recônditos do País, onde, através do

serviço médico à periferia, pela primeira vez alguns portugueses viram um médico e puderam ser tratados segundo a Legis Artis. Mas também aos colegas, que agora fazem 25 anos de carreira profissional, devemos estar agradecidos, pois são a geração que nas últimas duas décadas, como especialistas mais jovens, têm vindo a suportar um SNS com progressivas dificuldades de resposta às necessidades da população.”

O responsável da SRCOM  – que em breve vai tomar posse para novo mandato, no quadriénio 2025-2029 – apelou à necessidade de revitalizar o SNS, através de uma “reforma profunda da sua organização”, por forma a adaptar-se “às exigências da evolução demográfica, social, científica, tecnológica e organizacional, que uma sociedade moderna exige”. A seu ver, é fundamental que o SNS se torne atraente e competitivo e, fazendo uma alusão ao crescimento do setor da Medicina Privada e Social, Manuel Teixeira Veríssimo acredita que, numa lógica de complementaridade, é fundamental a existência de um SNS forte “não só porque a população com menos recursos não tem outro local onde recorrer, mas também porque a medicina de grande complexidade continua a ser garantida primordialmente pelo SNS”.

Dirigindo-se aos médicos homenageados, Manuel Teixeira Veríssimo felicitou os colegas pelo seu “sentido de missão e espírito altruísta que, no caso da geração mais velha, ajudaram a construir e consolidar o SNS”. A este propósito, o presidente recordou que foram estes colegas que levaram médico “até aos locais mais recônditos do país, onde, através do Serviço Médico à Periferia, pela primeira vez alguns portugueses viram um médico e puderam ser tratados segundo a Legis Artis”. Já os mais novos, nos seus 25 anos de carreira, “têm vindo a suportar um SNS com progressivas dificuldades de resposta às necessidades da população”.

Neste “momento de reconhecimento institucional”, Carlos Cortes, bastonário da Ordem dos Médicos (que também tomará posse, após reeleição, para o mandato de 2025-2029), felicitou os colegas que, nos seus 50 anos de carreira, foram os verdadeiros alicerces do SNS, referindo que o seu legado perdura em cada centro de saúde, em cada gabinete, em cada serviço. Já os que completam 25 anos de carreira, sempre estiveram na linha da frente em tempos de grandes mudanças, com novos avanços tecnológicos e novas terapêuticas, além de terem enfrentado a maior crise sanitária do mundo.  “Cada geração recebe o testemunho da anterior, acrescenta-lhe o seu valor e transmite-o à seguinte, unida por laços indissociáveis de Saber, Ética e dedicação”. E “nesta caminhada exigente”, reconheceu Carlos Cortes, muito se deve o apoio incondicional das famílias que partilham “o peso e o orgulho desta profissão”.

O Bastonário da Ordem dos Médicos, que assumiu logo no início do seu discurso, que sente “orgulho, gratidão e esperança”, terminou o discurso dizendo que toda a sua resiliência, abnegação e dedicação de “cada ano, cada dia, cada hora, cada minuto de trabalho valem a pena se aliviaram a dor de alguém ou salvaram uma vida”.

No início da sua intervenção fez questão de destacar a presença do médico cirurgião Linhares Furtado que muito “dignifica esta sessão, tendo em conta a sua trajetória médica, intelectual, artística e cívica” que, “para nós médicos, é uma grande referência”. Tal como já havia feito o anfitrião desta cerimónia, Manuel Teixeira Veríssimo, também o bastonário da Ordem da Ordem dos Médicos salientou e agradeceu a prestação do Coro da SRCOM enquanto “embaixadores” da Ordem dos Médicos do Centro e, ainda, a presença dos estudantes em representação das organizações universitárias de Medicina (a nível nacional, de Coimbra e da Covilhã).

Em nome dos homenageados dos 50 anos e 25 anos, fizeram uma breve e emotiva intervenção, respetivamente, os médicos José Ferrão e Nuno Almeida.

Nesta cerimónia de homenagem, em que se celebrou também o Dia do Médico, celebra-se, pois, a nobreza de uma profissão. Também José Manuel Silva, presidente da Câmara Municipal de Coimbra e médico especialista de Medicina Interna (ex-bastonário), deixou uma palavra de agradecimento a todos os colegas que têm contribuído para que Coimbra continue a ser uma referência na área da saúde, felicitando também o professor Linhares Furtado pela sua presença neste ato simbólico de homenagem. A sessão, com apresentação da médica de família Liliana Constantino, incluiu o desempenho artístico do Coro da SRCOM sob a direção artística do maestro João Santos e a colaboração da pianista Diana Carvalho.