Durante dois dias, na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (FCS-UBI), decorreu a 2ª edição do Congresso Nacional de Internos de Medicina Intensiva (CNIMINT), um evento organizado pela Associação de Internos de Medicina Intensiva (AIMINT).
Na sessão de abertura oficial foram intervenientes o presidente da FCS- UBI, Miguel Castelo-Branco, o Presidente do Colégio da Especialidade de Medicina Intensiva da Ordem dos Médicos, Francisco Esteves, o chefe de gabinete do Presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Hélio Fazendeiro, e, em representação do Bastonário da Ordem dos Médicos, o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Manuel Teixeira Veríssimo.
Reportando a importância da Medicina Intensiva “que existe há muitos anos, mas, como especialidade e como formadora de internos, é relativamente jovem”, Manuel Teixeira Veríssimo assinalou o quanto ela também “representa a evolução da própria medicina em si e, da Medicina Intensiva, em particular”. Na sua intervenção alertou: “Nem tudo é sempre bom, nem tudo é sempre mau. Esta especialização – que é fundamental – leva-nos, muitas vezes, a sabermos mais de menos coisas. E a Medicina Intensiva é também uma especialidade global, e que deverá ter uma visão global. Portanto, considero fundamental que nunca se perca essa visão, especialmente os mais jovens, que obviamente se vão especializar nos seus campos e dentro da Medicina Intensiva, pois há áreas de subespecialização também”.
Acrescentou ainda, na senda de destacar de forma positiva este congresso: “Este espírito que estão aqui a criar como internos é importante, porque embora o corporativismo seja mau quando é levado ao excesso, ao invés quando é tido para nos proteger, este espírito de corpo é importante. No fundo, nós estamos juntos para atingir objetivos. E, por isso, este espírito de corpo que estão a criar, com estas iniciativas, são importantes também para a Medicina. É isto que nos leva, muitas vezes, nós médicos, a fazermos não apenas aquilo que somos obrigados, aquilo que temos de cumprir por lei, mas aquilo que devemos cumprir pela nossa missão como médicos. Por isso, felicito-vos por esta iniciativa. Espero que venham a ser muito e bons médicos. E que saibam também encarar os desafios que aí vêm.”
Por fim, alertou para os desafios que irão enfrentar: “Porque os desafios para a Medicina, em geral, mas em particular mesmo para esta área, também vai acontecer. Vai acontecer porque a sociedade cada vez vai ser mais exigente, vai criar melhores tratamentos, etc. Mas também temos um outro desafio, que também desafia toda a Medicina, que é, por exemplo, a Inteligência Artificial. Claro que a Inteligência Artificial é boa, é excelente, desde que é aproveitada para nos dar mais capacidade para tratarmos melhor o doente. E também o desenvolvimento tecnológico, cada vez é melhor. E a Medicina brinca também muito bem a esta área. Desejo-vos felicidades por isso. Desejo-vos que utilizem todas essas tecnologias, mas não se esqueçam sempre da parte muito importante, a parte fundamental da Medicina, que é o Humanismo.”
Já Miguel Castelo-Branco, presidente OM Castelo Branco e diretor da Faculdade Ciências da Saúde da UBI, destacou: ” Esta é a especialidade a que também pertenço e que é, para mim, uma honra estar neste Congresso dos Jovens Internos de Medicina Intensiva. E, ainda, uma honra adicional pelo facto de estar a ter lugar na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, a Faculdade da qual, atualmente, também sou Presidente. E, portanto, aqui hoje, sinto-me particularmente honrado por todas estas particularidades. Obviamente, queria cumprimentar a Comissão Organizadora, cumprimentar todos os presentes, quer aqueles que vêm transmitir a ciência, quer aqueles que estão aqui no outro papel, no papel de ouvir e de se atualizar e também de conviver e também de criar redes e criar relações, que são aqueles aspetos que são extremamente importantes neste Congresso e, portanto, daí a sua relevância e a sua manutenção. Cumprimento a Associação, pois esta iniciativa de valorização científica é extremamente importante pela seleção dos temas, pela seleção dos palestrantes, pelo facto de estar aqui a partilhar Ciência, partilhar atualização, como o Professor Manuel Veríssimo falou também, do ponto de vista da evolução do campo das especialidades em Medicina. Também, por outro lado, é algo muito exigente, quer pelos aspetos relacionados com as situações que trata, quer até pela necessidade de incorporar, mais rapidamente que algumas outras especialidades, as tecnologias, que é o facto. Hoje já temos muitas coisas que, em termos de apoio à inteligência artificial, por exemplo, na ventilação, entre outras. Portanto, na realidade, é daquelas especialidades que, estando na linha da frente, do ponto de vista da incorporação de novas tecnologias, como o Professor Manuel Veríssimo disse, e essa é uma das preocupações também muito importantes dos médicos de Medicina Intensiva, é a nossa centralidade no doente. Centralidade no doente, no diagnóstico principal da sua situação, no controle das disfunções e das falências, e na atualização científica, primariamente no sentido de nós sabermos o que é mais indicado e é, na realidade, uma área de evolução. Portanto, o Colégio da Especialidade também tem tido um cuidado muito particular no sentido de incentivar um bom plano de formação.”
O congresso realizou-se nos dias 14 e 15 de abril de 2025, na Covilhã, no auditório da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior. De acordo com a organização, o evento teve como objetivo reunir especialistas e médicos internos com interesse na formação em Medicina Intensiva, proporcionando um ambiente de aprendizagem e partilha de conhecimento científico nos atuais desafios da Medicina Intensiva, bem como uma maior proximidade entre colegas de norte a sul do País.


