Ordem dos Médicos e Conselho Andaluz de Colégios de Médicos assinaram Declaração Conjunta

Ordem dos Médicos e Conselho Andaluz de Colégios de Médicos assinaram Declaração Conjunta

“Miguel Torga falava muito da medicina de vocação”, lembrou o Bastonário da Ordem dos Médicos no debate “Deontologia e desenvolvimento profissional do médico. Desafios Contemporâneos” organizado pela Ordem dos Médicos em parceria com o Centro de Direito Biomédico e o Conselho Andaluz de Colégios de Médicos. Ao intervir na sessão de encerramento deste debate que decorreu, precisamente, na sala Miguel Torga da Ordem dos Médicos do Centro, Carlos Cortes não deixou de realçar que a par da insubstituível relação médico-doente, o mundo – e a Medicina não é exceção – enfrenta “a maior revolução tecnológica da história da Humanidade”. Miguel Torga que, diga-se, é o pseudónimo do médico otorrinolaringologista que, a par da sua atividade profisisonal, legou profusa obra literária ao longo de seis décadas.

Afirmou a propósito de mais este gigante passo da Humanidade: “a Inteligência Artificial (IA) pode tornar-nos melhores médicos, do ponto de vista técnico, mas, tem um a área – e volto a relembrar Miguel Torga – crucial que é a Medicina humanista, autónoma e independente”. A IA “tem uma capacidade muito além da nossa de poder fazer diagnósticos, orientações terapêuticas e prescrições” e “há uma área que ainda é dos médicos: a relação médico-doente”. O bastonário lembrou, inclusivamente, que a OM já solicitou ao Governo a criação de uma Agência para a IA na área da Saúde.

Coube a Manuel Teixeira Veríssimo, presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, intervir como anfitrião desta sessão, reputando a importância desta iniciativa realizada por instituições da Península Ibérica, e no âmbito da qual foi assinada uma Declaração Conjunta mediante a qual as duas instituições firmaram o compromisso de “avançar, através de sinergias, em colaborações que possam servir para o desenvolvimento dos médicos e da Saúde das pessoas”. Este protocolo foi também subscrito pelo Centro de Direito Biomédico da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e a Faculdade de Direito da Universidade de Sevilha. As instituições universitárias comprometem-se, neste enquadramento, a “promover e colaborar nas iniciativas de cariz científico, formativo e cultural” (…) “em nome da promoção da dignidade dos pacientes e da profissão médica”.

O debate “Deontologia e desenvolvimento profissional do médico. Desafios Contemporâneos”, evento que se realizou no dia 6 de março, às 17h00, no Auditório da SRCOM, com a moderação de André Dias Pereira (Diretor do Centro de Direito Biomédico) contou com vários oradores dos dois países ibéricos: Alfonso Carmona Martínez (Especialista em Pediatria, Presidente do Conselho Andaluz de Colégios de Médicos); Manuel Pérez Sarabia (Advogado, Secretário Geral Técnico-Letrado do Conselho Andaluz de Colégios de Médicos); José María Domínguez Roldán (Chefe do Serviço de Medicina Intensiva do Hospital Virgen del Rocío de Sevilha, Presidente da Comissão Nacional de Deontologia Médica); Margarida Silvestre (Especialista em Ginecologia/Obstetrícia, Doutorada em Bioética, Professora na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Presidente do Conselho Nacional de Ética e Deontologia Médicas da Ordem dos Médicos); e Ángel Hernández Gil (Especialista em Medicina Forense, Presidente da Comissão Andaluza de Deontologia Médica).

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