Projeto inédito: Plataforma digital clínico-social continua a crescer

Projeto inédito: Plataforma digital clínico-social continua a crescer

Na Unidade de Saúde Local (ULS) do Baixo Mondego está a ganhar cada vez mais forma uma infraestrutura de tecnologia de informação e adoção de registos eletrónicos sociais e de saúde partilhados e interoperáveis, que permite a recolha, análise e partilha de dados entre os prestadores de cuidados, fundamental para ter uma visão clínico-social integrada. Trata-se da Plataforma Clínico-Social, uma nova ferramenta digital desenvolvida com o objetivo de assegurar o melhor nível de prestação de cuidados de saúde e sociais aos utentes, promovendo a sinalização e partilha de informação sumária e essencial sobre estados de saúde, funcionalidade e avaliação de necessidades sociais, entre diversas entidades com maior preponderância neste processo.

Foi apresentada aos profissionais da ULSBM a 26 de julho de 2024 e, no dia 17 de dezembro, várias instituições de cariz social assinaram um protocolo para integrar todo este sistema. Em suma, com esta plataforma a funcionar em pleno – juntando municípios, forças de segurança, entidades de cariz social, Segurança Social – serão evitadas muitas idas às urgências. Ou seja, pretende atingir-se vários objetivos entre os quais, a coordenação de cuidados e melhoria dos serviços prestados; aumento da eficácia, eficiência e efetividade; identificar as necessidades sociais e apresentar intervenções oportunas; reduzir a duplicação de atos de diagnóstico e realizar uma abordagem holística e integrada da saúde. 

A ferramenta visa agilizar a comunicação e a coordenação de cuidados entre profissionais de saúde, assistentes sociais e outros profissionais, de forma a garantir um acompanhamento mais eficiente e personalizado dos utentes, designadamente os que se encontram em situação de especial vulnerabilidade maioritariamente, os idosos. A Santa Casa da Misericórdia – Obra da Figueira é a entidade-piloto, seguir-se-ão outras do concelho da Figueira da Foz, Montemor-o-Velho e de Soure.

Sara Joana Faria, assistente hospitalar de Medicina Interna do Hospital Distrital da Figueira da Foz, e Rui Couto, administrador da ULS Baixo Mondego, apresentaram o projeto inédito. Ambos reportaram os problemas que decorrem do envelhecimento da população e do isolamento social. Ana Raquel Santos, presidente da ULS Baixo Mondego, destacou que, neste momento e com os protocolos assinados a 17 de dezembro, 76 por cento das camas das Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) da Figueira da Foz já estão incluídas nesta plataforma. Ana Raquel Santos garante que o objetivo é chegar aos 100 por cento de cobertura das ERPI e lares da Figueira da Foz e que se possa igualmente chegar a esse objetivo nos concelhos de Montemor-o-Velho e Soure. “Para os utentes é uma maior personalização de cuidados, maior qualidade e maior segurança. Todos os utentes que careçam de uma avaliação clínica têm ao seu dispor uma equipa disponível que se poderá deslocar às instituições para analisar a situação clínica de cada pessoa”, afirmou. “Todos os utentes que careçam de uma avaliação clínica têm uma equipa disponível, telefonicamente ou presencialmente, deslocando-se às instituições. Queremos evitar que essas pessoas sejam trazidas para o hospital, tipicamente para o serviço de urgência, porque consideramos que é desadequado para aquela condição e, além do mais, traz riscos associados ao ambiente hospitalar “, acrescentou ainda.

“É um projeto inovador que junta a área da Saúde e a área social, a pensar nas necessidades das pessoas”, destacou o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, presente na cerimónia. Esta plataforma digital está agregada a equipas multiprofissionais que dão resposta às necessidades aos utentes, evitando em último caso as idas às urgências. Recorde-se que esta ferramenta foi lançada, precisamente, por Manuel Teixeira Veríssimo, quando foi presidente do Conselho de Administração do Hospital Distrital da Figueira da Foz. Este sistema vai sobretudo ao encontro dos mais idosos e dos mais vulneráveis, com o foco no apoio no domicílio.

Os protocolos assinados a 17 de dezembro envolveram as seguintes instituições: Lar das Margaridas, Lar Nossa Senhora da Encarnação (Cáritas Diocesana de Coimbra), Centro Social Carvalhais de Lavos, Residência 4 Sóis, Casa do Povo de Quiaios, Casa Flor de Limonete e Atthis Residência Sénior.

Com as instituições que já agregaram esta plataforma, e olhando para os números em concreto, a ULS Baixo Mondego passará a prestar cuidados especializados de saúde aos utentes das ERPI que ocupam 318 camas. Há a acrescentar outras 157 camas já anteriormente protocoladas no projeto-piloto.

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Ordem dos Médicos