A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR Centro) promoveu a 4 de dezembro, em Coimbra, uma sessão dedicada ao tema “A Dieta Mediterrânica no Centro”.
O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Manuel Teixeira Veríssimo , foi um dos oradores da mesa redonda que juntou reputados especialistas que se debruçaram sobre a alimentação, a saúde, a cultura, o turismo e agricultura.
“Este é um tema muito importante e, pergunto, como surgiu este interesse na dieta mediterrânica do ponto de vista da Saúde? Precisamente, porque se verificou num estudo que as pessoas do norte da Europa tinham muito mais doença cardiovascular do que a população do sul da Europa.”, começou por aludir o médico especialista em Medicina Interna e também Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Na sua opinião, “a dieta mediterrânica é a melhor do mundo”, dada as vantagens imensuráveis, “que nos fornece tudo o que precisamos, (…) boas proteínas, boas gorduras e antioxidantes”. Manuel Teixeira Veríssimo chamou ainda a atenção para as “doenças da nossa civilização: diabetes, obesidade, hipertensão arterial, colesterol elevado e cancro”, acrescentando que a Dieta Mediterrânica “está indicada e pode combater estas doenças”.
Foram ainda intervenientes nesta mesa redonda Carmen Soares (Professora Catedrática da FLUC e Presidente do Conselho Científico do Institut Européen d’ Histoire et des Cultures de L´Alimentation), Paulo Matafome (Professor Adjunto da Escola Superior de Tecnologia da Saúde/Coimbra), Miguel Torres (Presidnete da Federação Portuguesa de Associações de Desenvolvimento Local). A moderação coube a Custódia Correia (Diretora de Serviços do Território e dos Agentes Rurais da DG Agricultura e Desenvolvimento Rural).
Momentos antes, foi apresentada a Agenda para a Valorização e Salvaguarda da Dieta Mediterrânica na região Centro por Vanda Batista (Diretora da Unidade de Desenvolvimento Rural e Agroalimentar da CCDR Centro. Este documento estratégico pretende ser uma peça no desenvolvimento regional com o foco em vários objetivos: ajudar a combater o despovoamento, revitalizar as economias locais, promover práticas agrícolas susytentáveis, valorizar os produtos endógenos, preservar o ambiente e contribuir para a justiça alimentar.
Após a sessão de abertura a cargo da Presidente da CCDR Centro, Isabel Damasceno, o antropólogo Artur Gregório protagonizou uma conferência sob o título “O estilo de vida Mediterrânico e os seus sistemas alimentares”.
4 de dezembro: esta data reveste-se de especial importância, pois assinala o reconhecimento da Dieta Mediterrânica de Portugal a Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO, a sua relevância na humanização dos territórios e o seu impacto nos diversos domínios do desenvolvimento regional, nas diversas vertentes da economia, ambiente e sociedade.
Em novembro de 2010 a Dieta Mediterrânica foi declarada como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO, mas só a 4 de dezembro de 2013, Portugal integrou o grupo de 7 países associados a esta inscrição, juntando-se assim a Grécia, Itália, Espanha, Croácia, Chipre e Marrocos. Na classificação da UNESCO, “o significado de dieta apoia-se na derivação grega Diaita, a qual significa estilo de vida, relação entre corpo e espírito, corpo e meio ambiente, englobando ainda a produção, comercialização, comensalidade, ritual e simbologia alimentar”.
Hoje, na CCDR Centro, esta foi uma oportunidade para aprofundar o conhecimento sobre este valioso património, discutindo o seu potencial enquanto elemento identitário e de valorização da região Centro, unindo tradição e inovação.
A marca “A Dieta Mediterrânica no Centro” ganhou, também hoje, um logótipo. Na sessão de encerramento, foi visionada a mensagem do Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes.
Esta sessão contou com dois momentos musicais protagonizados pelo Grupo Coral e pelo Quarteto de Cordas da Associação Artística e Cultural Salatina.