Saúde mental e bem-estar dos médicos no local de trabalho é um problema de todos

Saúde mental e bem-estar dos médicos no local de trabalho é um problema de todos

A Ordem dos Médicos, através do seu Gabinete Nacional de Apoio ao Médico, trouxe ao debate da atualidade questões essenciais sobre ‘Saúde Mental e Bem-Estar dos Médicos no Local de Trabalho’, o enfoque da sessão que decorreu durante toda a manhã de 8 de outubro, no auditório da Ordem dos Médicos em Lisboa, e que teve transmissão em direto através do canal de Youtube da OM.

Na sessão de abertura, o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos assumiu que este tema é “importante a apropriado ao tempo em que vivemos” tendo em conta “alguma convulsão no Serviço Nacional de Saúde”. Disse Manuel Teixeira Veríssimo: “É importante estar bem no nosso trabalho para podermos render melhor. Atualmente não está a acontecer por vários fatores: são necessários objetivos, projetos e incentivos. Como médico, sempre gostei de ir bem para o meu Serviço”. O presidente da SRCOM acentuou ainda a necessidade de “estimular as carreiras médicas e a de todos os outros profissionais”. E citando Confúcio, concluiu: “Quem gosta do que faz só trabalha no primeiro dia. Foi o que aconteceu comigo”.

Por seu turno, o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, lembrou precisamente o trabalho desenvolvido desde 2014 na SRCOM sobre burnout nos médicos, “uma matéria muito silenciosa à época”. Hoje, foi assinado um protocolo entre a Ordem dos Médicos e a Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental, momento que culminou este evento, mas que o bastonário assinalou na sua intervenção inicial que se trata de “um preâmbulo de uma campanha que a Ordem dos Médicos vai desenvolver a nível nacional”. Apontou: “Isto não é um problema de médicos, é um problema de todos”.

Na sessão de abertura foram também intervenientes, o anfitrião, presidente da Secção Regional do Sul da Ordem dos Médicos, Paulo Simões, e em representação do presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, Carlos Mota Cardoso.

Esta conferência desenvolveu-se através de quatro mesas de debate, a primeira das quais alusiva ao Gabinete Nacional de Apoio ao Médico da Ordem dos Médicos, coordenada pelo médico psiquiatra João Redondo. Esta mesa teve como moderação o tesoureiro do Conselho Nacional da OM, Caldas Afonso, que lembrou: “Há uma mudança de paradigma da pirâmide da felicidade da minha geração e da do Professor Manuel Veríssimo. Não perceber isso é fazer muito pouco”.
Os médicos dos 25 aos 35 anos, que representam um terço dos clínicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), são quem mais procura o Gabinete de Apoio ao Médico (GNAM) da Ordem dos Médicos, revelou João Redondo. Assédio, burnout, depressão, ansiedade, falta de realização pessoal são as razões invocadas.

Neste evento, entre as diversas personalidades presentes, destaque para deputados da Assembleia da República. Ana Abrunhosa, que preside atualmente à Comissão parlamentar de Saúde, deixou uma reflexão a todos tendo por base um exemplo pessoal. “Os nossos filhos sentem-se um objeto estranho no SNS. Isso é muito grave”.

Fotos Ordem dos Médicos – Paula Fortunato

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