Congresso da FNAM: “É nos momentos de maior dificuldade que temos de dar ainda mais força ao SNS”

Congresso da FNAM: “É nos momentos de maior dificuldade que temos de dar ainda mais força ao SNS”

Na sessão de abertura do XIII Congresso Nacional da FNAM, que decorreu em Viseu, no dia 22 de outubro, Carlos Cortes, em representação do Bastonário da Ordem dos Médicos, destacou a importância do investimento no Serviço Nacional de Saúde neste clima de crise permanente e de exaustão dos médicos. A seu ver, o lema deste congresso é de especial importância no atual contexto especialmente difícil de complexo: “Investir no SNS e na carreira médica”. Ora, recordou, “o Serviço Nacional de Saúde teve a sua génese numa crise”, quando inclusivamente, “Portugal estava sob intervenção do Fundo Monetário Internacional”. E neste enquadramento, Carlos Cortes citou António Arnaut, quando instado por um jornalista naquela época conturbada do nosso País, se se fazia algum sentido criar um serviço público de saúde quando os portugueses estavam a enfrentar tantos sacrifícios. Ora Arnaut respondera que era, precisamente, nos momentos em que as pessoas mais sofrem, que é necessário um apoio social, nomeadamente na Saúde.

Ao referir as várias crises da atualidade (pandémica, económica e financeira, climática e migratórias), Carlos Cortes lembra que “é precisamente, nestes momentos de dificuldade, que nós precisamos do SNS para mais sofre e quem mais precisa”.

“O SNS não pode servir para tapar os buracos financeiros dos outros setores”, acentuou. A dado momento da sua intervenção, sublinhou ainda a ideia de que “é nos momentos de maior dificuldade que temos de dar ainda mais força ao SNS”, pelo que tal deverá ser acautelado com o próximo Orçamento do Estado para 2023, de forma a valorizar, designadamente, os seus profissionais. “Muitos [médicos] saem do SNS, não por questões financeiras como muitos políticos fazem crer, mas querem melhores condições de trabalho para tratarem adequadamente os seus doentes. Não há nada de mais frustrante para os médicos do que, depois de fazer o diagnóstico e saber quais são os melhores tratamentos para o seu doente, não o conseguir fazer”. “É nos momentos de maior dificuldade que temos de dar ainda mais força ao SNS”, asseverou.

Por outro lado, o Presidente da SRCOM lembrou e destacou ainda que, desde 2014, e enquanto manteve as funções na Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, a estreita colaboração entre a esta instituição e os sindicatos médicos, cuja “colaboração frutuosa”, e no âmbito “das responsabilidades de cada um”, “nos momentos de grande dificuldade, tive a sorte de ter os sindicatos ao lado da Ordem dos Médicos”, classificando como absolutamente fundamental “esta ligação estratégica”.

Noel Carrilho, o presidente da FNAM, ao fazer um balanço dos últimos três anos, apontou o dedo à desvalorização por parte da tutela do trabalho médico, razão que tem levado à desmotivação, à exaustão, à degradação das condições de trabalho. O presidente da FNAM chamou ainda a atenção para a existência de “populismos” que podem ser potenciadores da existência de “parceiros menos credíveis”. O dirigente destacou, porém, o atual momento em que se perspetivam novas negociações que, da parte da FNAM, assegurou, são realizadas “de boa-fé”.

Na sessão de abertura intervieram também o Secretário-Geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha, o representante da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, Sebastião Santana, a Secretária-Geral adjunta da União Geral de Trabalhadores, Dina Carvalho, e a Secretária-Geral da Confederação-Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional, Isabel Camarinha.

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