Humanização dos cuidados ao utente e exigência na formação

Humanização dos cuidados ao utente e exigência na formação

No encerramento da semana de acolhimento aos novos internos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos não deixou de alertar os colegas mais novos para "os desafios complexos e por vezes penosos e muitos sacrifícios" do percurso profissional que, apesar de tudo, ressalvou, "acabam por ser compensadores".
Na sua intervenção no auditório dos Hospitais da Universidade de Coimbra, Carlos Cortes lançou o desafio da humanização e da exigência da formação.
"Sejam portadores da humanização nos cuidados de saúde. Não se tornem médicos burocratas, médicos informáticos, médicos administrativos. O mais importante na vossa profissão é a pessoa que têm à vossa frente."
Recordando que o tema da humanização foi fulcral, também no decurso da sua intervenção no Juramento de Hipócrates o tema da humanização, Carlos Cortes assume que é urgente "fazer renascer esta proximidade que nós temos coma pessoa", responsabilidade milenar. "Reservem sempre um cantinho para a emoção", lembrou.
Outra pedra de toque no seu discurso foi o que designou a "responsabilidade da exigência". Aos mais novos, o presidente da SRCOM lembrou que têm o direito de "reivindicar as melhores condições para a vossa formação". Se, além fronteiras a qualidade da formação médica é reconhecida, tal se deve à exigência da formação médica em Portugal. "Vocês têm o direito de exigir formação de qualidade. Exijam também da vossa Ordem dos Médicos", sublinhou. Mas há sombras negras a pairar e o cenário promete ser muito complicado. Carlos Cortes não se coibiu de citar as dificuldades. "Dois terços dos internos do ano comum não terão vaga no concurso para formação específica", disse. "É algo vergonhoso que um interno do ano comum não tenha possibilidade de fazer a formação específica. O Ministério da Saúde não quer investir na formação médica. As dificuldades que nós sinalizamos em relatórios ao Ministério da Saúde nunca têm resposta", criticou.

Nesta cerimónia de encerramento foram entretanto anunciados os vencedores da última bolsa de Investigação para Internos do CHUC 2018: Joana Ribeiro, interna do 3º ano de Neurologia, com uma menção honrosa; Rui Pedro Oliveira, interno do 5º ano de Anatomia Patológica conquistou o primeiro prémio, no valor de cinco mil euros.

Nesta cerimónia de encerramento participaram, para além do presidente do Conselho de Administração do CHUC, Fernando Regateiro, o diretor clínico dos CHUC, Francisco Parente; o diretor do Internato Médico, Luís Trindade; o diretor pedagógico e científico, Guilherme Tralhão; do Conselho Regional do Internato Médico, João Carlos Ribeiro; do Conselho Nacional do Médico Interno, Henrique Cabral.
O CHUC acolheu 126 internos do Ano Comum e 98 internos de especialidade.

 

 

Partilhe nas redes:

Ordem dos Médicos