Tomada de posse sob o signo da esperança, da união e dos valores da Medicina

Tomada de posse sob o signo da esperança, da união e dos valores da Medicina

A equipa liderada pelo médico patologista clínico Carlos Cortes tomou posse, a 6 de janeiro, na sala Miguel Torga, espaço que se tornou exíguo perante a significativa afluência à cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos regionais e sub-regionais de Coimbra, eleitos para o triénio 2017-2019.

"Muito intensos e vividos estes seis anos, olhando para trás parece que passaram devagarinho porque foram muitas as circunstâncias, foram muitos os problemas, muitas dificuldades mas também muitos momentos bons, vou levar algumas saudades. Foi uma satisfação imensa", disse o Bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, prestes a passar o testemunho ao médico urologista Miguel Guimarães (que também esteve presente na cerimónia). "A qualidade é a palavra que rege a missão da Ordem dos Médicos. Eu quero agradecer-vos a eleição para o Conselho Superior. Muito obrigada pela vossa confiança. Continuarei a colaborar com os órgãos executivos eleitos. Não vai ser nada fácil. Parabéns ao Carlos pela sua eleição. Parabéns aos que entram e obrigada aos que saem. O trabalho é de todos, a Ordem dos Médicos é feita para todos. Satisfaz-me ver tanta gente boa aqui, para engrandecer a Ordem dos Médicos".
O momento das intervenções decorreu após a assinatura do auto de posse dos órgãos dirigentes (Mesa da Assembleia Regional; Conselho Regional do Centro; Conselho Fiscal; Conselho Disciplinar; Mesa da Assembleia Sub-regional de Coimbra; Conselho Sub-regional de Coimbra; Assembleia de Representantes da Sub-região de Coimbra).
Após o breve (e emotivo) discurso do bastonário José Manuel Silva, foi a vez do médico psiquiatra e Presidente da Sub-região de Coimbra, José Pio de Abreu, usar da palavra. "Exatamente há meio século, nós abrimos as carreiras médicas que foram organizadas pelo saudoso Professor Miller Guerra. Os médicos são a classe mais respeitada em Portugal e são os médicos que todo o mundo quer. Neste momento, estamos a ser supreendidos por um grande movimento de uma nova geração. A honra é nossa de estar convosco. É uma geração com uma dinâmica, com uma energia que é verdadeiramente notável". Pio de Abreu não deixou de alertar "a nova geração" para os "problemas mundiais, problemas pelo facto de toda a gente se ter deixado levar pelo negócio". Porém, assinalou: "Nós estamos aqui, como Ordem e como médicos, porque quem nós temos pela frente é o doente, é o sofrimento, é a doença, é a morte, as relações, as perdas. Estamos do lado mais humano". 

Por último, o anfitrião e presidente reeleito da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, assumiu "a enorme ambição de contribuir para melhorar o estado da Saúde no nosso País, sem medo e impermeável a qualquer pressão e em total transparência". Na sua intervenção onde vaticinou o seu mandato sob o signo da esperança, da união e dos valores da Medicina, Carlos Cortes disse, de forma contundente: "A Ordem dos Médicos deixou de estar paralisada, subserviente e opaca".

O presidente fez aliás uma breve resenha da intensa atividade desenvolvida no primeiro mandato. "Esta cerimónia situa-se a meio de um percurso de seis anos. Acabamos de finalizar um primeiro mandato, que tínhamos colocado, há três anos, sob o signo da esperança e iniciaremos outro, hoje mesmo, construindo a união dos médicos à volta dos valores da Medicina e da defesa dos direitos dos Doentes. Foi um caminho difícil que, infelizmente, nada antevê poder vir a melhorar. Foi um caminho repleto de desafios.". Especificou o médico patologista clínico:"Três anos de trabalho intenso de atividade nesta Secção. 1278 ofícios enviados, 1135 reuniões realizadas, perto de meia centena de visitas a serviços hospitalares e unidades dos Cuidados de Saúde Primários. A Secção Regional do Centro teve uma intervenção pública expressa em 53 comunicados, em defesa dos médicos e dos doentes. Nos 56 eventos dinamizados pela Secção Regional, aproximamo-nos não só dos nossos associados mas abrimos esta nobre casa a toda a sociedade civil. Inovámos, restruturámos e modernizámos a Ordem dos Médicos. Foi feito o estudo de Burnout na classe médica da região Centro para podermos intervir neste grave problema, criámos o gabinete de apoio ao médico residente no estrangeiro, desenvolvemos uma dinâmica de visitas a instituições hospitalares e de centros de saúde para conhecer os problemas e o dia-a-dia dos profissionais e os problemas dos doentes. A Secção Regional do Centro foi a primeira a receber a certificação de qualidade com a atribuição da norma ISO 9001:2008. Tudo para que se desenvolva uma melhoria contínua dos procedimentos ao nível dos padrões internacionais. Na área da comunicação criámos uma nova revista (MD Centro), uma e-newsletter de periodicidade mensal e uma aplicação para smartphones e tablets, temos um novo sítio na internet. Tudo para nos aproximarmos mais dos médicos e dos doentes.

Crítico em relação aos titulares da pasta da Saúde, Carlos Cortes deixou clara a intenção de continuar a pugnar pelos valores da Medicina e pela qualidade da Saúde, em prol dos médicos e dos doentes. "A saúde e o exercício da medicina são, hoje em dia, uma enorme manta de retalhos.", denunciou. 

"É tempo da Ordem dos Médicos exercer o papel que lhe é atribuído nas competências delegadas pelo Estado e cujo papel está inscrito nos seus estatutos e no seu Código Deontológico.É nossa responsabilidade voltar a definir a essência e os limites da nossa profissão. Não deixemos que outros o façam por nós!", eis as derradeiras palavras de Carlos Cortes no discurso proferido nesta cerimónia de tomada de posse.

A cerimónia foi presidida pelo Presidente da Mesa da Assembleia Regional, Professor Doutor Joaquim Murta, e pelo Presidente cessante da Mesa da Assembleia Sub-regional de Coimbra, Professor Doutor Salvador Massano Cardoso.

 

Texto e Foto ©SRCOM / Paula Carmo 

 

Partilhe nas redes:

Ordem dos Médicos