Leiria: Homenagem aos médicos com 50 e 25 anos de inscrição na OM

Leiria: Homenagem aos médicos com 50 e 25 anos de inscrição na OM

As distintinções que assinalam os 25 e 50 anos de carreira médica foram entregues, em Leiria, pela presidente do Conselho Distrital, Ana Barros, e pelo presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes. Nesta cerimónia, realizou-se também a receção aos novos médicos do distrito.
Nesta homenagem, a presidente do Conselho Distrital sublinhou o encontro de várias gerações: "Sejam bem-vindos. Aos novos médicos do distrito, quero desejar-vos as maiores felicidades. Aos menos novos, desejo muitos anos de carreira e muita saúde. Aos que estão a começar, tenham coragem que os tempos não estão fáceis. Por considerarmos que é muito importante o convívio e a partilha é que, há uns anos a esta parte, juntamos nesta cerimónia também a receção aos mais novos. É importante este encontro entre as várias gerações de médicos". Carlos Cortes, presidente do Conselho Regional do Centro, destacou logo no início da sua intervenção, a sua satisfação por estar em Leiria, Num "Distrito médico muito dinâmico". Acentuou: "Aproveito para, publicamente, agradecer a colaboração que o Conselho Distrital de Leiria tem dado à Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos. É com muita honra e orgulho que estou nesta cerimónia para homenagearmos os mais novos e os menos novos". O presidente da SRCOM não deixou, no entanto, de analisar o momento que se vive: "Estamos a atravessar muitas dificuldades, devido a uma crise que teve um impacto muito forte sobre a população em geral e também nos profissionais de saúde. A medicina que se pratica hoje é muito diferente da de outrora. Há grandes desafios a enfrentar". Em seu entender, "falta, pois, refletir sobre a medicina do futuro: os hospitais mudaram, os centros de saúde mudaram, a forma como o SNS é feito também mudou. Os próprios doentes também são diferentes de há uns anos. Há maior exigência atualmente: surgiram as novas tecnologias, há uma pressão muito grande do Poder político sobre os médicos para modificarem a sua maneira de estar, a sua forma de fazer medicina. Continua, hoje, a ser central a relação médico-doente. Essa relação está a ser posta em causa. Lanço este desafio aos meus novos: saber qual é o seu papel no futuro. A classe médica ainda não fez essa reflexão. Temos de nos adaptar ao novo modelo. O médico sacrifica-se pelo seu doente, sacrifica-se para prestar cuidados de saúde mais dignos ao seu doente.". E lançou o repto: "Os médicos que agora recebem as medalhas de 25 e 50 anos ainda têm um contributo muito grande a dar à sociedade e aos colegas mais novos. A medicina milenar é isso: os mais velhos transmitem o seu conhecimento e os valores aos mais novos. Os valores do humanismo, da ética, da deontologia, para dar a resposta adequada aos que dela necessitam. Esta ligação entre as gerações materializa-se nesta cerimónia que tem a particularidade, em Leiria, de contemplar, também, a receção aos médicos mais novos. Esta corrente, esta transmissão do saber, é muito importante sobretudo quando estamos em tempos mais difíceis.".
Continuando a sua abordagem, nesta cerimónia, sobre a atualidade, Carlos Cortes afirmou: "Os valores de medicina não são para quantificar – fazer consultas de cinco em cinco minutos, de fazer o maior número de cirurgias – são, antes, a ligação ao doente, a ligação ao ser humano que está perante o médico, prestar cuidados de saúde de qualidade. Isso não nos podemos esquecer. Há quem queira que estes valores fiquem no esquecimento mas, nós, médicos, não queremos. Nós, médicos, somos das últimas barreiras que existem para fazer lembrar à população e ao Poder político que a Medicina é outra coisa, não é só tecnologia, não são só os números, não é só o lado financeiro. É o coração. Apesar de outros, não médicos, que tomam decisões muitas vezes à revelia daquilo que os médicos querem, mais não fazerem do que fazer esquecer esses valores. A nossa luta e o nosso trabalho passam, também, por defender estes valores humanistas. Desejo muita sorte aos mais novos e quero expressar também o meu humilde e profundo respeito pelos colegas mais velhos que trouxeram até nós a medicina que temos hoje. Uma medicina da qual nos orgulhamos".

 

 

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