Manuel Teixeira Veríssimo diz que são necessárias reformas estruturais no SNS

Manuel Teixeira Veríssimo diz que são necessárias reformas estruturais no SNS

O 28.º Congresso Nacional da Ordem dos Médicos (OM) arrancou este ano sob o lema “Um rumo para a saúde”, destacando a urgência de um novo caminho para o setor em Portugal. Na sessão de abertura, o presidente Executivo do congresso, Manuel Teixeira Veríssimo, ao referir que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) enfrenta desafios estruturais, alertou, por seu turno, que os mesmos exigem “respostas firmes e estratégicas, em vez das medidas avulsas que têm marcado sucessivos governos”.

Entre as prioridades enunciadas, defendeu um SNS capaz de responder às necessidades da população, reduzindo listas de espera e garantindo atratividade para os profissionais de saúde, sobretudo em regiões com maiores carências. Foi também reforçada a necessidade de um sistema de urgência que receba apenas doentes urgentes e emergentes, evitando a sobrecarga atual.

O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos elencou ainda os temas que serão debatidos ao longo dos dois dias de congresso: Sustentabilidade do SNS, considerada inadiável e incontornável; Reforma da governação do sistema, identificada como prioridade; Reforço dos Cuidados de Saúde Primários, defendidos como base do modelo de saúde, em substituição do atual paradigma hospitalocêntrico; Sistema Nacional de Saúde Integrado, centrado no doente; Liderança médica, indispensável no trabalho em equipa; Formação médica, apontada como elemento essencial para a qualidade assistencial; Solidariedade e carreiras médicas, peças-chave para a reorganização do SNS; Autorregulação e recursos humanos, temas cada vez mais desafiantes no contexto global.

Recorde-se que o congresso culminará com um debate sobre o futuro da saúde em Portugal, que contará com a presença de três candidatos à Presidência da República: António Filipe, Cotrim de Figueiredo e Catarina Martins, que aceitaram o convite da Ordem dos Médicos.

Presidente Executivo destaca também as cinco exposições patentes no congresso trazendo Arte, cultura e solidariedade

O programa inclui ainda cinco exposições artísticas de quatro médicos — Ana Couceiro, António Manuel Ramires, António Leitão Marques e José Higino — bem como uma mostra dedicada à história de cinco famílias apoiadas pelo Fundo de Solidariedade da Ordem dos Médicos.

O presidente executivo elencou também entre os momentos de destaque a apresentação do estudo “Um novo rumo para a saúde”, que inspira o lema do congresso, o lançamento da Academia OM, nova plataforma de formação da Ordem, e a divulgação da bolsa de mediadores de conflitos, composta por médicos com formação específica nesta área.

Nesta sessão oficial de abertura foram intervenientes a presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Ana Abrunhosa, e o secretário de Estado de Gestão da Saúde, Francisco Rocha. Para além de Paulo Simões, na mesa da sessão esteve também José Torres da Costa, presidente do Conselho Regional do Norte da OM.

O Bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, que é presidente do congresso, asseverou que o Ato médico não sairá da agenda da Ordem. Mais uma vez colocou o acento tónico na falta de investimento no SNS: “Estou em crer que um dos principais problemas do SNS, não é o único, tem precisamente a ver com a falta de profissionais. Se o SNS tivesse os médicos que necessita não estávamos hoje a falar de todas as suas dificuldades”, frisou.

Carlos Cortes, agradeceu a todos os médicos pelo trabalho ao longo dos anos pois “com muito pouco criamos o Serviço Nacional de Saúde e conseguimos tornar a sociedade mais justa e coesa, através da melhoria dos cuidados de saúde”. Foram os médicos que ajudaram a “colocar Portugal entre os melhores quanto a indicadores como a mortalidade infantil”, disse.

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